sábado , 10 maio 2025
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Morre aos 93 anos no Rio o escritor e professor goiano Gilberto Mendonça Teles

Chora o ‘Sereno do Cerrado’

• Gilberto Mendonça Teles, aos 93 anos estava internado com pneumonia e problemas cardíacos no Rio de Janeiro. Nascido em Bela Vista de Goiás, ele era um dos maiores representantes da poesia brasileira.

• Professor emérito da UFG, PUC-GO, UFF e UFRJ, Gilberto Mendonça Teles foi fundador do Centro de Estudos Brasileiros, duas vezes presidente da União Brasileira de Escritores, secção de Goiás, e o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.

• Obra recente de 2019, na segunda edição de Lirismo Rural: o Sereno do Cerrado, Gilberto Mendonça Teles resgatou em sua memória íntima seu amor por Goiás e mostrou ao Brasil a poesia dos pássaros e das flores, de um mundo sensível.

Acordes da ciência e da poesia

• Carlos Drummond de Andrade, em seu livro “Boitempo” (1970), fez a seguinte dedicatória a Gilberto Mendonça Teles: “repito aqui (repetição é meu forte ou meu fraco?) tudo que floresce em admiração no itabirano peito rudo (e em grata amizade também) ao professor, melhor, ao poeta que de Goiás ao Rio vem, palmilhando rota indireta, mostrar (com um ou com dois eles no nome) que ciência e poesia em Gilberto Mendonça Teles são acordes de uma harmonia.”

Flamboyants

⇔ Eu não cantei ainda os flamboyants floridos,
Alegres, majestosos, multicores,
Que, ao vir da primavera, embevecidos,
Policromos, sensuais, adornam-se de flores.
E, enfileirados, vão, floridos e felizes,
Balouçando a ramagem espontânea,
Como saudando, a rir, em rútilos matizes,
As amplas avenidas de Goiânia.

E nas quentes manhas de setembro, de outubro,
Quando o vento lhes beija as franças, no alto,
Sussurram, musicais, despetalando o rubro
Véu de flores vermelhas pelo asfalto.
Uma a uma, gozando os afagos eóleos,
Oscilai e treme, e cai serenamente.
Em breve, o asfalto está como manchado de óleos,
—Atapetado aprimoradamente.

Mas eu vos canto agora, ó flamboyants floridos!
Pois vejo que os meus sonhos e ilusões
São como as flores tuas – coloridos,
Vão murchando, e caindo, ao vir das estações.

– Gilberto Mendonça Teles

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