Marcha indígena
• A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) pediu que a Polícia Federal investigue atos de violência ocorridos durante a marcha indígena do Acampamento Terra Livre (ATL), realizada no dia 10 de abril de 2025, em Brasília.
• Durante a manifestação, intitulada “A Resposta Somos Nós”, que reuniu mais de seis mil indígenas em frente ao Congresso Nacional, a parlamentar relatou ter sido atingida por spray de pimenta e bombas de efeito moral, mesmo após se identificar como autoridade. Ela também denunciou que mulheres e crianças indígenas foram feridas pela repressão policial.
Racismo
• Além de acionar a PF, Célia protocolou uma representação criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Governo do Distrito Federal e seus órgãos de segurança pública. A deputada alegou crimes de racismo, violência política de gênero, lesão corporal e omissão de socorro. Como prova, anexou vídeos da repressão, imagens dos ferimentos e o áudio de uma reunião da Secretaria de Segurança Pública do DF, no qual um agente teria incitado a violência contra os manifestantes. Também acionou os ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Povos Indígenas, buscando garantir medidas de proteção.
Respostas
• Em resposta, a Câmara dos Deputados e o Senado alegaram que a ação das forças de segurança foi necessária porque os manifestantes teriam ultrapassado limites estabelecidos. No entanto, lideranças indígenas e parlamentares aliados consideraram a repressão desproporcional, denunciando a violência como um ataque à democracia e aos direitos dos povos originários. Para Célia Xakriabá, a agressão sofrida representa não apenas uma violência física, mas também um ato de racismo, machismo e colonialismo que tenta deslegitimar sua atuação como mulher indígena no espaço político.