segunda-feira , 6 maio 2024
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Velomar, ex-prefeito de Catalão, pelo PMDB, diz a O Popular que culpa por investimentos podres “é do sistema financeiro”

Em entrevista ao jornal O Popular, neste domingo, o ex-prefeito de Catalão, Velomar Rios, do PMDB, tenta justificar as aplicações em papeis podres que o fundo de pensão da Prefeitura fez no apagar das luzes da sua administração.

No dia 19 de dezembro de 2012, o Ipasc, nome do fundo previdenciário dos funcionários municipais catalanos, retirou R$ 11 milhões de aplicações seguras no Banco do Brasil e na Caixa Federal e direcionou para quatro fundos operados pela quadrilha desbaratada pela Operação Miqueias. Imediatamente após, esses fundos tiveram sujas cotas desvalorizadas e impuseram prejuízos de cerca de 30% aos seus aplicadores, entre os quais o Ipasc.

Questionado pela repórter Fabiana Pulcineli, Velomar saiu-se com essa: “Quero crer não houve nada de errado. Tanto que nunca fomos informados de qualquer problema. E fico surpreso de haver no mercado fundos que podem lesar os servidores sem que o sistema financeiro tome providências para impedir a atuação deles”.

Ou seja: se a Prefeitura de Catalão investiu em fundos que “podem lesar os servidores”, a culpa é do sistema financeiro que, segundo Velomar, “não tomou providências para impedir a atuação deles” (no próximo parágrafo mostramos que o sistema financeiro, sim, tomou providências para impedir a atuação desses fundos e que, mesmo assim, o fundo de pensão de Catalão investiu neles).

Fabiana Pulcineli engole a resposta de Velomar. Ela não questiona, por exemplo, porque o ex-prefeito nomeou um membro da quadrilha, Cristiano Sá Freire Levefre, indiciado pela Polícia Federal no inquérito da Operação Miqueias, para a presidência do Ipasc. E nem porque os investimentos nos fundos podres foram feitos depois que o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários já haviam declarado publicamente esses fundos “em processo de perdas” – o que desmente cabalmente a afirmação do ex-prefeito Velomar de Rios de que o sistema financeiro não tomou providências para impedir a atuação deles.