quinta-feira , 29 maio 2025
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Justiça expulsa Rafael Marra da Prefeitura de Caldas Novas por usar estrutura pública contra ex-esposa. Ele é sobrinho do prefeito e presidente do DEMAE

• O uso do poder para perseguir

A Justiça afastou Rafael Marra e Silva do cargo de presidente do DEMAE em Caldas Novas após denúncia do Ministério Público de que ele usou a máquina pública para violar o sigilo fiscal da ex-esposa, Giseli Batista.

O objetivo seria provar que ela não precisava da pensão alimentícia. Em vez de respeitar os trâmites legais, Rafael recorreu a aliados dentro da prefeitura para conseguir, de forma irregular, dados protegidos por lei.

Um ato que expõe a mistura entre vaidade pessoal e abuso institucional.

• Servidores envolvidos

O esquema contou com o fiscal Bruno Barbosa e o diretor jurídico do DEMAE, João Paulo Vaz — que também advogava para Rafael no processo. Sem autorização judicial ou consentimento da vítima, eles acessaram e usaram relatórios fiscais sigilosos.

É mais um caso onde servidores agem como instrumentos de interesses pessoais, ignorando regras e desrespeitando a função pública. O serviço à população foi trocado por lealdade política e favorecimento.

• Intimidação ao Ministério Público

Em audiência, gravada oficialmente, João Paulo Vaz tentou coagir o promotor do caso com ameaças veladas, e disse que entraria com ações por nulidade, suspeição e até representação pessoal contra o promotor — caso a investigação continuasse. Uma postura grave, que atenta contra a independência do Ministério Público e reforça a necessidade de afastamento dos envolvidos.

Quando se busca calar quem investiga, o que está em jogo não é só um cargo — é a integridade de toda uma estrutura pública.

• Perseguição contra a mulher

O caso é, sobretudo, uma violência institucional contra uma mulher. Giseli se tornou alvo de retaliação pessoal de um gestor que deveria zelar pela lei. A tentativa de descredibilizá-la financeiramente, com apoio de servidores, é um ato covarde.

Rafael Marra protagoniza, aqui, um exemplo do que não se espera de quem ocupa cargos públicos: o uso do poder para ferir, não para servir. E o pior, tudo com o aval do tio dele, o prefeito de Caldas Novas (GO), senhor Kléber Marra (MDB).