• Negócio da China
Caiado (UB) precisa explicar sobre as maracutaias na Educação. Ou será que ele está por “fora”? O Tribunal de Contas do Estado de Goiás suspendeu um contrato de R$ 203,8 milhões por fortes indícios de irregularidades na compra de kits de realidade virtual.
A justificativa da Secretaria de Educação se amparava em “avanços tecnológicos”, mas o TCE viu desequilíbrio entre os materiais contratados e falta de avaliação técnica-pedagógica — uma contradição difícil de ignorar.
• Peitou
O mais grave é que o próprio parecer jurídico da Procuradoria da Seduc havia desaconselhado a adesão à ata, mas a secretária de Educação, Fátima Gavioli, ignorou o alerta. Pior: a mesma empresa foi contratada em 2023.
• A conta não fecha
O contrato suspenso previa a compra de 686 kits de realidade virtual — cada um contendo 36 óculos com aplicativo personalizado e um carrinho de armazenamento e recarga — além de 242,6 mil unidades de material didático de contextualização, outras 242,6 mil de projetos e aplicações, e conteúdo imersivo com sistema de gerenciamento, treinamento e suporte técnico. Valor da fatura: R$ 203,8 milhões, sem licitação.
Em 2023, a mesma Seduc havia estimado valor de R$ 136 milhões para uma aquisição praticamente equivalente: 667 kits com a mesma composição, 24 mil licenças de conteúdo imersivo e 312 horas de treinamento. A diferença superior a R$ 15 milhões, somada à desproporcionalidade entre os materiais impressos e os kits digitais, levantou suspeitas no TCE-GO, que também apontou a ausência de avaliação técnico-pedagógica no processo.