Os R$ 5 milhões desviados da Caixego e, segundo o Ministério Público, utilizados na campanha de Iris Rezende em 1998, acabaram misteriosamente sendo devolvidos ao Estado e permitiram, na sequência, que os bens bloqueados do médico Otoniel Machado – um dos principais acusados no escândalo – fossem liberados.
O dinheiro foi repentinamente depositado em uma conta da própria Caixego, em processo de liquidação, no ano 2000.
O Ministério Público rastreou a devolução e descobriu que os R$ 5 milhões saíram dos cofres do BNDES, na forma de empréstimo, para uma conta bancária da empresa Allstom do Brasil Ltda., que manteve contrato de fornecimento de equipamentos de geração de energia elétrica com o Governo de Goiás na primeira gestão de Iris (1983-1987). Da Allstom, o dinheiro foi para uma conta da metalúrgica mineira Indústria Ferroviária Nacional, antes de chegar à conta do doleiro Joaquim Elias de Andrade, de onde saiu para a Caixego.
A Allstom é uma empresa francesa que fornece equipamentos pesados, a mesma que está envolvido no pagamento de propinas em pelo menos três casos de corrupção em investigação dentro da Petrobrás, na gestão do PT.
Com os R$ 5 milhões devolvidos, o governador Marconi Perillo ergueu o CRER, mas a operação que resultou no depósito – nunca esclarecida totalmente – continua em processo de apuração no Ministério Público.