Na semana passada, o instituto Verus destoou de todos os outros e bancou o ex-governador Iris Rezende (PMDB) como líder nas pesquisas de intenção de de voto para o governo.
Mas de onde veio este instituto?
Em 28 de outubro de 2010, a poucos dias do segundo turno da eleição para governador de Goiás, a Polícia Federal prendeu em Anápolis o dono do Verus, Luiz Felipe Gabriel, e mais 15 pessoas, sob a acusação de participação em um esquema de compra de votos para o PMDB.
Luiz Felipe se defendeu, na época, alegando que apenas pagava eleitores para que participassem de pesquisas qualitativas sobre a eleição.
Quatro anos depois, o Verus ressurge com uma pesquisa no Diário da Manhã que coloca Iris Rezende em primeiro lugar na pesquisa estimulada, mas, contraditoriamente, aponta Marconi Perillo em primeiro, na pesquisa espontânea.
Veja a matéria do DM sobre o que houve em Anápolis em 2010:
Denúncia
PF prende 15 pessoas em flagrante por compra de votos em Anápolis
Marcellus Araújo
Quinze pessoas foram presas em flagrante na noite de ontem, em Anápolis, pela Polícia Federal, acusadas de cometer crime eleitoral. Segundo o delegado da PF da cidade, Angelino Alves, nove detidos são eleitores que recebiam, no momento da detenção, dinheiro para votar em determinado candidato. Os outros seis são pessoas ligadas ao Instituto Verus Assessoria e Pesquisa, entre eles o presidente da empresa, Luiz Felipe Gomes.
O delegado Angelino Alves revela que a denúncia foi feita na semana passada. “Descobrimos o local há alguns dias e ficamos com o mandado [de prisão] nas mãos, esperando para ver se era verdade ou não. Ontem, por volta das 22 horas, chegamos ao local e fizemos o flagrante”, contou.
Todos os detidos serão encaminhados para o presídio estadual de Anápolis, para onde devem ser levados até meio-dia. As mulheres seguirão para o presídio de Abadiânia, onde há ala feminina, como explicou Angelino. O crime é inafiançável e os acusados, se julgados culpados, podem pegar pena de até cinco anos de reclusão, pois foram indiciados pelo crime previsto no artigo 299, da Lei nº 4.737/65 do Código Eleitoral, segundo a assessoria de comunicação da PF.
A PF continuará a investigar o caso para descobrir se existe participação de políticos no esquema de compra de votos.
Verus é o instituto de pesquisa que, segundo o delegado, colocou funcionários em campo, nas ruas de Anápolis, para abordar eleitores, dizendo que estavam fazendo uma pesquisa. “Anotavam nome e telefone do eleitor e pediam para esse eleitor ir ao Hotel Príncipe em determinado horário, onde seria feita uma pesquisa”, relatou o delegado.
Na reunião os funcionários do Instituto Verus faziam um questionário com os eleitores sobre o voto de cada um para governador de Goiás. Em seguida, falavam mal de um candidato, elogiavam outro, exibiam vídeos que mostravam Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) falando de suas promessas de governo e depois repetiam o processo de pesquisa. Ao fim, distribuíam um envelope vermelho com R$ 50 para cada pessoa, a título de “ajuda de custo”. “Constatamos que a pessoa recebia o envelope com o dinheiro na saída da reunião, independentemente do candidato que ela dizia votar”, afirmou Angelino Alves.
Foram aprendidos vários formulários de pesquisa, um notebook que era utilizado para projetar vídeos dos candidatos ao governo, R$ 1.292,00 em dinheiro, além de vários objetos, de acordo com nota da Polícia Federal emitida à imprensa esta tarde.