A Assembleia Legislativa continua vacilando em torno da decisão de punir o deputado Major Araújo pelo comportamento violento e inadequado no plenário da Casa.
Oficial aposentado da Polícia Militar, Major Araújo gosta de posar de valentão, abusa da linguagem inapropriada e costuma recorrer também à suposta força física para ganhar no grito o debate com os colegas parlamentares. Há poucos dias, atirou um tablet, de propriedade da Assembleia, contra o deputado Thales Barreto e ainda de jactou: “Errei porque me seguraram. Eu queria rachar a cabeça dele no meio”. Lembrado depois que poderia ser responsabilizado e até perder o mandato, recorreu novamente ao seu vocabulário de estrebaria: “Estou cag+++ e andando”.
O caso perfeito para mostrar que a criação do Conselho de Ética, no primeiro semestre, foi uma atitude séria dos deputados estaduais – e como eles estão precisando de parecer sérios. Mas… talvez não. Para agir, o Conselho de Ética necessita de uma representação e aí a porca torce o rabo: ninguém quer assinar o tal documento, com receio de se transformar em alvo para a truculência do Major Araújo.
Nesta sexta, O Popular informa na coluna Giro que a saída encontrada seria repassar o abacaxi da representação ao Conselho de Ética para o diretório estadual do PSDB – que não foi ouvido na reportagem. (Aliás, o jornal, contraditoriamente, diz também em outra página que o deputado Gustavo Sebba – que tem porte físico avantajado – também assinaria o pedido para que o Major Araújo seja processado pelo Conselho). O medo está instalado na Assembleia.