sexta-feira , 3 maio 2024
Goiânia

Estes foram os piores quatro anos da história da Câmara de Vereadores de Goiânia. Relembre episódios que envergonharam a população

Pesquisa Serpes divulgada nesta segunda-feira pelo jornal O Popular revela que apenas 5,5% da população aprovam o trabalho que a Câmara Municipal desenvolveu nos últimos quatro anos, dois quais 0,5% consideram ótimo e 5% bom. Há muitas razões que justificam o grave descontentamento da população. Reunimos alguns episódios marcantes desta legislação, que ajudam a explicar esta ira popular contra os vereadores, que pode resultar em índice de renovação inédito no Legislativo goianiense.

Confira:

1. A legislatura que desmontou o Plano Diretor

Os atuais vereadores entraram para história como a Legislatura que jogou o Plano Diretor de Goiânia no lixo, a pedido de Paulo Garcia (PT) e de seus dois propostos, os vereadores Célia Valadão (PMDB) e Clécio Alves (PMDB). As alterações que a Câmara fez no documento tiveram o condão de entregar a cidade de bandeja para o mercado imobiliário (financiador de campanhas eleitorais), e de abrir terreno para o reajuste das alíquotas do IPTU, que nos próximos anos pode chegar a 400%.

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Vereadora Célia Valadão: se acha boa cantora

2. Homenagem aos cantores caipiras

Célia Valadão (PMDB) não se contentou em ser uma vereadora nula, como a maioria dos colegas. Além de não ajudar, atrapalhou muito. Inundou a pauta de votações da Câmara com projetos risíveis, como o que criou a medalha “Rei da Viola”. O objetivo de Célia Valadão: “homenagear” (leia-se puxar saco de) cantores sertanejos. Ela própria se considera (boa) cantora, diga-se de passagem, e pede para cantar na abertura de toda sessão. Quem sabe assim desencalha os CDs não vendidos.

3. “Garota eu vou pra Califórnia…”

Mizair Lemes Júnior, eleito pelo PMDB e hoje no PR, foi uma das estrelas da atual legislatura. Não por seus projetos (que são ruins), mas por ter abandonado o serviço e faltado deliberadamente às sessões para descansar nos Estados Unidos. Nas redes sociais, Mizairzinho postava fotos regularmente da sua trip. Numa delas, deixava o vento lamber seus cabelos em um carango conversível. Ele é candidato à reeleição.
Ah, detalhe: o presidente da Câmara, Anselmo Pereira (PSDB), não cortou o ponto do colega pelos dias de esbórnia (relembre o episódio clicando aqui).

mizair

4. Fantasminhas camaradas

Alvo da operação Poltergeist, deflagrada pela Polícia Civil, o vereador e candidato à reeleição Divino Rodrigues (Pros) foi denunciado pelos crimes de peculato – desvio de dinheiro público – e por integrar uma organização criminosa. De acordo com o inquérito, “foi comprovado, de modo irrefutável, esquema de arrecadação de dinheiro público envolvendo o denunciado”. Segundo ele, o afastamento de Divino se faz necessário para “proteger patrimônio público e a moralidade administrativa”.

divino eunice5. Aos parentes e amigos da igreja, tudo!

Divino Rodrigues (Pros) teria indicado à prefeitura uma série de servidores fantasmas, que receberam sem trabalhar entre 2013 e 2015. Entre eles a esposa Eunice Filonones Alves dos Reis (na foto ao lado) e um colega da sua igreja, Gassen Mohamad, pastor da Assembleia de Deus.

6. A morte e a morte de Nelson Mandela

Poucos brilharam mais que Célia Valadão (PMDB) na atual Legislatura da Câmara. Além de pilotar o rolo compressor do prefeito Paulo Garcia (PT) nos primeiros dois anos de mandato, forçando a aprovação de projetos nocivos à cidade, e de colocar em votação requerimentos inúteis como a homenagem a cantores sertanejos, Célia também entrou para os anais da história como a vereadora que matou Nelson Mandela um mês antes da sua morte. Isso mesmo. Célia pediu um minuto de silêncio pelo falecimento do ex-presidente sul-africano, baseada em algum trote que recebeu ou notícia mentirosa que leu na internet.

Veja o vídeo em que Célia “mata” Mandela:

É mole?

7. Pombos, pulgas e baratas mais caros do mundo

O Tribunal de Contas dos Municípios decidiu abrir uma investigação especial sobre a contratação de empresas de dedetização para “eliminar pombos e insetos” do prédio da Câmara Municipal de Goiânia, ao custo de mais de R$ 300 mil. Um vereador, Djalma Araújo (Rede), fez uma cotação no mercado e verificou que o serviço, bem pago, custaria no máximo R$ 15 mil.

revolta IPTU Ulisses8. Aumento abusivo de IPTU

No dia 2 de dezembro, Câmara aprova reajuste de até 25% no IPTU da Capital, índice muito maior que a inflação acumulada dos últimos doze meses, que havia sido de aproximadamente 10%. O placar foi de 21 a 13.
Votaram a favor do aumento: Álvaro da Universo (PSC), Antônio Uchôa (PSL), Carlos Soares (PT)
Cida Garcêz (PMB), Deivison Costa (PTdoB), Denício Trindade (SD), Divino Rodrigues (Pros), Edson Automóveis (PMN), Eudes Vigor (PSDB), Fábio Caixeta (PSD), Felisberto Tavares (PR), Izídio Alves (PR), Jorge do Hugo (PSL), Milton Mercêz (sem partido), Mizair Lemes Júnior (PR), Paulo da Farmácia (Pros), Paulo Magalhães (PSD), Richard Nixon (PRTB), Rogério Cruz (PRB), Wellington Peixoto (PMDB) e Zander Fábio (PSL).

9. Cobrança adicional (!!!) de IPTU

No dia 30 de junho deste ano, a Câmara agachou-se ao prefeito Paulo Garcia (PT) e aprovou autorização para que procedesse a cobrança de IPTU adicional a mais de 300 mil lotes de Goiânia que, na opinião dele, deveriam pagar mais do que já haviam pago. O critério usado: todo imóvel que fez puxadinho ou aumentou a área construída precisa pagar imposto mais caro. A faca do homem está afiada.

IPTU vereadores

9. Legislatura que começou com escândalo do vereador Paulo Borges…

Logo no começo da legislatura, em 2013, o vereador Paulo Borges (na época do PMDB, hoje PR) recebeu uma visitinha ilustre na sua humilde residência: agentes da Polícia Civil o levaram à força para prestar esclarecimentos a respeito da sua participação em um esquema de cobrança de propina de empresários para liberação de alvarás da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma). Foi a famosa Operação Jeitinho, cuja investigação ainda tramita na Justiça (relembre aqui).

paulo borges

10. …e terminou com outro de Paulo Borges

Paulo Borges, sempre ele, colocou a Câmara em evidência neste ano ao participar de um acidente automobilístico que matou um jovem motociclista de 20 anos na porta do seu prédio, próximo ao Parque Areião. O episódio foi marcado por uma sucessão de lambanças do vereador. Primeiro: ele estava no carro da prefeitura, o que é ilegal e inaceitável. Segundo: o carro fez um retorno proibido quando atingiu o garoto. Terceiro: Paulo fugiu do local sem prestar socorro à vítima para não ter seu nome envolvido no caso, segundo delegada que apura o caso. Paulo e o assessor dele, jornalista Thiago Vieira, que também fugiu, devem ser indiciados por homicídio culposo e podem pegar até quatro anos de cadeia. (relembre clicando aqui, também aqui e mais aqui).

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Vereador Zander Fábio (PSL)

11. Vereador com prisão decretada

O vereador Zander Fábio (PSL) foi condenado em função de denúncia feita pelo Ministério Público que apontou que, entre 1999 e 2000, um esquema que envolvia a liquidação irregular de cheques para pagamentos ao INSS e a falsificação de guias de recolhimento na extinta Companhia de Obras do Município (Comob), e que pode ter desviado cerca de R$ 650 mil dos cofres públicos. (relembre aqui)

12. Um assunto que ninguém quis discutir: férias de 93 dias para vereadores

A atual legislatura da Câmara de Vereadores de Goiânia negou-se a discutir a redução do escandaloso período de 93 dias de férias. Agora pense, leitor: é justo que, mesmo trabalhando só três dias da semana, eles tenham 93 dias de vida boa enquanto você só tem 30? E tem mais: já pensou como seria bom se você pudesse definir qual o tamanho das suas férias, como acontece na Câmara? É mamata que não acaba mais.

13. Foi a legislatura que acabou expulsa do plenário pelos professores do município

Aconteceu na gestão do ex-presidente Clécio Alves (PMDB) um dos momentos mais incríveis da história da Câmara Municipal de Goiânia. Diante da rejeição de uma emenda que proibia o prefeito Paulo Garcia de cortar benefícios salariais da categoria, professores da rede municipal de ensino ocuparam o plenário do poder Legislativo por quase um mês. Clécio cortou a água, a energia, mas nada arrefeceu o ímpeto da turma para protestar. (relembre clicando aqui)

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