Na foto acima: Charles Chaplin interpreta o clássico O Grande Ditador
Lá se vão 99 anos desde que Charles Chaplin começou a escrever um importante capítulo da história do cinema. No dia 28 de fevereiro de 1914, Carlitos estreava na telona, em Between Showers – filmado pelo estúdio Keystone.
A estreia não foi das melhores. O filme não chega a ser uma obra-prima. Na produção seguinte, “Kid Auto Races at Venice”, Sennet dá a liberdade a Chaplin para que ele improvise e desenvolva as características do personagem. Ele então constrói uma espécie de alter-ego, com um visual que se tornaria imortal, com seus sapatos gastos e frouxos, casaco demasiado apertado, calças folgadas e um chapéu fora de moda. Nascia um simpático andarilho pobretão que se tornaria um dos maiores sucessos da história do cinema.
O personagem criado por Chaplin, no entanto, nem sempre atuou como um desocupado. Ele assumiu o papel de garçom, balconista, bombeiro. Mas em qualquer situação, ele sempre era essencialmente um perdedor e um sobrevivente. Sem sorte no amor, metido a ser especialista em tudo e rejeitado pela sociedade, Carlitos conquistava a audiência com seu descaramento, seu improvável heroísmo, seu desprezo pela ostentação e sua perseverança frente às adversidades.
Ao enfrentar um mundo que lhe é sempre hostil, Carlitos mostra-se mais divertido ainda quando está amedrontado, em seus esforços para tentar pacificar as situações ou ajudar pessoas que se sentem mais fracas ou amedrontadas do que ele próprio. Muitos biógrafos acreditam que essas características encontradas em Carlitos têm suas raízes na infância pobre e difícil de Chaplin.