O ignorante que faz apologia da própria ignorância. O inculto que apregoa a falta de cultura como requisito para subir na vida. Esse é Lula, aquele que declarou que detesta ler. Não conseguiu enfrentar sem dormir, segundo confessou, um romance curtinho de Chico Buarque. É ainda: o único doutor honoris causa do mundo que sempre detestou escola.
Mas, agora Lula está lendo. Veja o que diz Ricardo Setti, blogueiro do site da Veja: “Estou lendo muito agora”, disse Lula nesta quarta-feira, falando na CUT. A plateia caiu na gargalhada. O palanque ambulante reiterou que o milagre que se consumara. “Só de livro do Ricardo Kotscho e do Frei Betto já li uns trezentos”, exemplificou.
“Estava lendo o livro do Lincoln’, decolou, caprichando na pose de quem decorou a Bíblia ainda no berçário. Não disse qual. Mas pelo menos descobriu que houve um Lincoln ─ Abraham ─ que foi presidente dos Estados Unidos. É um avanço e tanto. Até recentemente, Lula achava que Lincoln era marca de cigarro e um tipo de automóvel. “Fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln, em 1860, igualzinho bate em mim”, comparou-se o Exterminador do Plural ao vencedor da Guerra da Secessão norte-americana.
Mas, aí Lula cometeu mais um deslize. E veio mais besteira: “Eu fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho batem em mim. E o coitado não tinha nem computador. Ia para o telex ficar esperando”, disse Lula.
Telex? Isso não existia na época de Lincoln. A primeira rede de telex foi implementada na Alemanha em 1930 e foi usada para a comunicação governamental alemã. Não havia tecnologia para um sistema de telex quando Lincoln foi presidente dos Estados Unidos, de 1861 a 1865.
Telégrafo, havia. E até já relativamente automatizado, imprimindo rudimentarmente mensagens, mas longe da agilidade e rapidez de um sistema de telex – que não é baseado no código Morse, como o telégrafo, e sim em combinações binárias.
Mas, enfim, esse é Lula.
