sexta-feira , 3 maio 2024
Goiás

Aprovação superior a 40% encaminha reeleição, dizem especialistas

Especialistas em análises de pesquisas, como diretores de institutos de pesquisa, professores e cientistas políticos comentam o peso da avaliação de governos na perspectiva de reeleição. Tanto se pautando em observações práticas de eleições, quanto em estudos teóricos, eles avaliam, especificamente, aprovações acima de 40%, que indicariam maior possibilidade de que o governante consiga se reeleger ou fazer o sucessor.

Questionado sobre o assunto, Mário Rodrigues, proprietário da Grupom, disse que, apesar de existirem divergências entre os teóricos que estudam o fenômeno eleitoral, há, de fato, uma ala que aponta que índices de mais de 40% já indicam cenário bem favorável a reeleição. “A justificativa seria de que existe força para vencer as eleições”, disse.

Gean Carvalho, que dirige o Instituto Fortiori, disse que, apesar de a eleição não ser uma ciência exata, e sim algo muito complexo, que necessita de um estudo mais completo, de vários fatores. Apesar disso, diz que existe uma lógica de que, quanto maior a aprovação do governo, mais chance se tem de ser reeleito, de eleger o sucessor.

Ele cita que uma aprovação acima de 35% a 40% é considerada uma boa avaliação. “Principalmente nos dias de hoje, quando há um descontentamento”, afirma, se referindo ao maior nível de exigência da população com as administrações. “Um governo é bem avaliado se ele atende as demandas da sociedade; quando mais ele atende, mais efetiva a aprovação”, disse, também.

O sociólogo Pedro Célio Alves Borges, cientista político e professor da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, avalia que um índice de aprovação maior que 40% é um índice bom para um governo, muito satisfatório, e em qualquer época. “Principalmente agora, quando se fala em descrença e rejeição. Já configura um índice que todo governante gostaria de ter”, assinala.

Em relação a postulantes a reeleição, o professor Pedro Célio enxerga as pesquisas de aprovação de gestão como importantes. Ele lembra que todo candidato mede a aceitação do seu nome, dos apoios que pode contar, através dos índices delas. “Quando são favoráveis, já são um bom incentivo. Hoje, nessa sociedade nossa da informação, estas pesquisas são um tipo de informação muito sofisticada”, assinala.

Já o professor Luiz Signates, da UFG e da PUC – Goiás, Doutor em Comunicação pela USP, e que também estuda a fundo a política e as pesquisas, aponta que uma tese do cientista político Alberto Carlos Almeida, autor do livro “A Cabeça do Eleitor”, diz que as chances de reeleição tornam-se maiores mesmo só acima dos 60% de aprovação. Porém, ressalva que toda eleição é uma espécie de avaliação do governo, pelo eleitor.

Índices de aprovação de governo auferidos em pesquisas não definiriam, sozinhos, a perspectiva de reeleição, mas são um dos fatores a ser bem considerados. “O jogo eleitoral é uma disputa complexa, nunca pré-definida. Mas, sem dúvida, o índice de aprovação ou satisfação com o governo é um elemento importante na tendência do eleitorado”, afirma. “O saldo de serviços conta, sim, no quadro de satisfação da população com o governo, que é o que vai direcionar o desejo por continuidade ou mudança”, pondera.