segunda-feira , 29 abril 2024
Goiás

Candidatura mantida de Daniel é a grande derrota de Caiado

A manutenção da candidatura do deputado federal Daniel Vilela (MDB) a governador é talvez a grande derrota que Ronaldo Caiado (DEM) sofreu no período que antecedeu às convenções. O senador jogou todas as suas fichas no esforço para asfixiar o emedebista e levar o partido para sua coligação, inclusive com proposta de última hora para entregar uma das vagas de candidato a senador para Daniel. 

A investida de Caiado para tirar o deputado do jogo começou há mais um ano e contou com a cumplicidade do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB). Apesar de tensa nos bastidores, a relação entre Caiado e Daniel era blindada por um esforço público dos dois para transmitir a mensagem de que, no frigir dos ovos,  a oposição caminharia unida. 

Bastava definir critérios para escolha do candidato único da oposição. Deputados e prefeitos adversários da base aliada se perderam neste debate durante meses até se convencerem de que não haveria consenso. Foi então que o chumbo trocado começou na imprensa e nas redes sociais. As aparências foram para o espaço. 

Caiado sabotou o MDB com convites para prefeitos se filiarem ao DEM ou pelo menos trabalharem para enfraquecer Daniel. Arregimentou Renato de Castro (Goianésia), Ernesto Roller (Formosa), Adib Elias (Catalão), Fausto Mariano (Turvânia) e Paulo do Vale (Rio Verde). É claro que o senador prejudicou Daniel, mas foi um golpe pequeno diante do universo de 33 prefeitos que o partido tem. 

À revelia dos ataques diários que sofreu por parte destes cinco prefeitos desertores, Daniel não só manteve a sua candidatura como, na reta final para definição de alianças, conquistou algo que Caiado não conseguiu: o apoio de um grande partido: o PP, do ministro das Cidades, Alexandre Baldy. De quebra levou também o PRB do deputado federal Daniel Vilela.

Na conta final, Daniel chegou à eleição com quase o dobro de tempo de TV que Caiado, o triplo de prefeitos e uma estrutura de campanha muito mais capilarizada do que a do seu desafeto. Ainda que o senador esteja na frente no momento atual, não causará espanto se o emedebista reverter o cenário antes mesmo do fim do primeiro turno.