Nos três debates realizados até o momento (Rádio Interativa, Nova TBC e Debate Digital), o candidato Ronaldo Caiado (DEM) teve comportamento bem diferente daquele parlamentar combativo, verborrágico e até mesmo briguento que os goianos se acostumaram a ver no Congresso.
Caiado adotou um tom de voz manso e pensa muito antes de falar. O espanto pela troca de comportamento foi tamanho que alguns até especularam que o candidato estivesse sob efeito de calmante. Sem dúvida é um Caiado em baixa rotação; domesticado. Um Caiado “paz e amor”.
O interessante disso tudo é que Caiado ganhou musculatura político nos últimos anos justamente pelas atitudes firmes. É o aquele político que não leva desaforo para casa. Ele vestiu o personagem. Tanto que sua justificativa para as encrencas que arrumava no Congresso era sempre a mesma: estava defendendo interesses dos goianos.
Esse “Caiado raiz” ainda não apareceu nos debates e sabatinas. No Debate Digital, Daniel Vilela chegou ao ponto de gritar que Caiado “mentia descaradamente”. O senador não reagiu à altura nem pediu direito de resposta. Ficou por isso mesmo. Outro ponto que salta aos olhos é a deficiência de Caiado ao ter que falar de futuro, de propostas.
O senador sempre tropeça nas palavras. No debate da TBC, Daniel meio que deu uma aula de administração para Caiado. O filho de Maguito disse que Caiado estava confundindo “compliance” com “auditoria” nas contas públicas. O governador Zé Eliton já percebeu esse ponto fraco e em todos debates destacou: “Nenhum candidato oposição consegue falar de futuro e apresentar propostas”.