O Jornal Opção informa que o futuro governador Ronaldo Caiado decidiu impor um jejum de, pelo menos, um ano nas verbas oficiais do governo para publicidade nos jornais, rádios e televisão. Como a imprensa goiana tem grande de dependência da mídia paga governamental, é de se prever que o ano de 2019 será marcado pelo fim de muitas publicações. Na verdade, trata-se de uma forma escamoteada de impor censura econômica aos veículos e fazer o controle da mídia goiana.
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Governo de Caiado deve passar no mínimo seis meses sem publicar anúncios em jornal, rádio e televisão
A prioridade do governo será a publicação de anúncios sobre vacinação e campanha contra a dengue
Aliados do governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado, do DEM, sugerem que sua gestão, por medida de economia, não deve publicar anúncios publicitários nos seis primeiros meses, com a possibilidade de extensão a um ano. Quando for publicar, a prioridade será mudada. O objetivo não será divulgar obras do governo — que, no primeiro ano, não terão como ser construídas —, e sim divulgar serviços (como vacinação, campanha contra a dengue). Comenta-se também que os valores das publicações serão menores. O objetivo é igualar os valores pagos pela iniciativa privada — que são apontados como “mais baixos”.
O Grupo Zahran, que passou meses negociando a aquisição da TV Anhanguera, teria desistido porque recebeu a sinalização de que o governo de Goiás, partir de 2019, não anunciará como os governos anteriores. Os critérios do anunciante também serão outros — como audiência comprovada — e não se apostará mais nos monopólios. Um grupo goiano fica com 70% de todas as verbas publicitárias do governo de Goiás.
Ronaldo Caiado pretende colocar um gestor na Comunicação, sobretudo uma pessoa que não tenha receio de enfrentar as pressões dos jornais e emissoras de rádio e televisão. Jornalista pode até entender de comunicação, mas tem dificuldade de dizer “não” aos proprietários de jornais e emissoras de rádio e televisão. “Imagine se uma Cileide Alves teria coragem de dizer ao ex-patrão, Jaime Câmara Júnior, que suas empresas receberão valores bem inferiores aos pagos pelos governos anteriores”, afirma um aliado de Ronaldo Caiado. “Já um gestor nem piscaria. Se brincar, não falaria nada e nem mandaria um ofício informando sobre a nova estratégia comercial.”