As medidas de ajuste fiscal contínuas adotadas e implantadas durante o quarto mandato de Marconi Perillo (PSDB, 2015-2018) devem elevar a nota do Governo de Goiás no rating do Tesouro Nacional de C para B no último ano de gestão, preveem os analistas do setor. Com isso, o senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM), que assume o governo na terça-feira, 1, enfrentará muita dificuldade para levar adiante a estratégia de decretar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) no Estado.
A melhora no rating é resultado principalmente das medidas adotadas para conter o avanço dos gastos com folha de pessoal e para controlar a relação entre receita corrente líquida (RCL) e dívida consolidada líquida (DCL), que encerra 2018 em 0,93, a menor desde a implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A série história mostra que Goiás teve uma das melhores trajetórias do País na redução do peso da dívida sobre a receita
Assim, fica cada vez mais clara a conotação política do movimento de Caiado para decretar a RRF: uma estratégia exclusivamente pensada para desconstruir o legado das gestões tucanas. Na sexta-feira, o governador José Eliton (PSDB), que completou o mandato de Marconi, divulgou balanço das contas que mostra que Caiado assumirá a gestão com R$ 750 milhões em caixa. O montante é suficiente para manter a regularidade do pagamento de contratos e garantir o pagamento integral da folha de dezembro.
Com a RRF, Caiado pode suspender aumentos, planos de cargos e salários, medidas de meritocracia e concursos públicos e autorização expressa para privatizar empresas, suspender gastos com prestação de contas e publicidade na imprensa e suspender novos investimentos.