O advogado Edmar Lázaro Borges, que já disputou a presidência da OAB-GO, publica carta no jornal O Popular com críticas ácidas a Júnior Friboi e à sua filiação ao PMDB.
Edmar cita a foto de Júnior com um berrante e dá a mesma interpretação que o blog 24 Horas deu: a cena simboliza o atraso e a visão antiquada do empresário sobre Goiás.
Ele ironiza até o preço que o grupo JBS-Friboi cobra por uma peça de picanha – R$ 45 reais o quilo – antes de afirmar que, para Júnior Friboi, o povo goiano deve ser igual a gado. E aí aproveita o gancho musical de Júnior, tocando berrante, para citar uma música de Zé Ramalho, Vida de Gado, que tem os seguintes versos: “Ê vida de gado / Povo marcado / Povo feliz”.
Vale a pena ler a carta completa:
Enigmática ou reveladora a fotografia do senhor Júnior do Friboi tocando berrante, estampada na primeira página da edição do dia 16? A presença de altas patentes do PMDB nacional, somada às declarações de Júnior publicadas nesse respeitado jornal, dá inequívoco sentido à fotografia, não? Fato que acentuou o significado da fotografia foi o indelicado e “emocionado” discurso do senhor Valdir Raupp, interpretando o sentimento do povo goiano – que não se fez presente ao festim – assim registrado por esse jornal: “eu sinto que o povo de Goiás está clamando pelo novo”. Coitado do Iris Rezende, né? Será que ele já ficou sabendo dessa pérola do senhor Raupp, que representa um Estado em que tudo é novo, onde não há caciquismo e barganhas?
Por sua vez, Júnior do Friboi não se fez de rogado, e para provar que veio para renovar, tomou no colo o seu filho de 4 anos “para falar do futuro do Brasil”, como registrou O POPULAR.
Esse monte de simbolismo mexeu com minha imaginação. Vi no brilhante futuro proposto o senhor Júnior do Friboi tocando berrante (símbolo da modernidade) com uma peça de picanha na mão (acessíveis R$ 45 o quilo) e o povão atrás rumo às urnas. Fiquei a imaginar como será daqui a 14 anos, quando essa criança de 4 anos, que hoje simbolicamente representa muito bem as criancinhas do Brasil – essas que seus pais vivem (?) do Bolsa Família ou as que nem tanta fortuna têm – já estiver batuta no berrante, tocando em dueto com o seu pai a música Vida de Gado, do Zé Ramalho, e cantarolando o refrão: “Ê vida de gado/ povo marcado/ povo feliz.” Será realmente emocionante. Ah! Será que ele combinou com o gado, digo, com o povo? Com a cúpula, que atropelou Iris, tá tudo combinadinho, ou será minha imaginação? Ê vida de gado.
Edmar Lázaro Borges
Setor Jaó – Goiânia