Veja artigo de Afonso Lopes: “Confrontado por suas próprias palavras antes de vencer a eleição presidencial de 2002, o então presidente Lula explicou didaticamente: quanto se está na oposição a gente pode ser até irresponsável, mas quando se é governo, não. É a mais pura verdade. Opositores geralmente jogam o tempo todo para a platéia, e não se incomodam com isso. Aliás, e definitivamente em terra brasilis, essa parece ser a tônica da oposição no Brasil.
Esse choque de realidade sempre bate quando opositores avançam eleitoralmente e se tornam governo. É o que se deduz da posição do governador Ronaldo Caiado. Ele foi um crítico feroz da venda da Celg Distribuição, comprada pela Enel, mas agora o governo dele pretende passar nos cobres o braço que restou da antiga estatal, a Celg Geração e Transmissão. Caiado, quando opositor, também criticava a intenção do governo estadual de abrir concessões nas rodovias estaduais. Mudou de ideia também nesse caso, conforme entrevista da secretária de Economia Cristiane Schmidt ao jornal O Popular.
Naturalmente, esse assunto deve ter sido tratado e acertado por ela com o governador. E Ronaldo Caiado está coberto de razão ao aceitar a venda da Celg GT, e também da Metrobus e da Iquego. Há muito se sabe que não cabe ao Estado gerir empresas que podem e devem ser administradas pela iniciativa privada. O papel do Estado é somente o de regular e fiscalizar. Quando faz isso bem feito, a população é a grande beneficiária.”