O presidente da Assembleia Legislativa (Alego), Lissauer Vieira (PSB), pode ter entrado em rota de colisão com o governador Ronaldo Caiado (DEM) ao defender o Orçamento Impositivo de 1,2% da receita líquida estadual.
Lissauer foi eleito presidente da Assembleia à revelia de Caiado com o discurso de independência do Legislativo em relação ao Executivo. Mas, até agora vinha se comportando de forma neutra e, às vezes, até mesmo como aliado do governador na Casa.
Mas, nos últimos dias, o presidente da Alego voltou a dar sinais de independência, materializados agora com o apoio aberto ao projeto de retorno do Orçamento Impositivo ao patamar de 1,2%, de autoria do oposicionista tucano Talles Barreto, que deve ser apreciado mediante voto secreto.
Se Lissauer pender para a oposição, como está se desenhando, Caiado vai ter dificuldade para aprovar matérias de interesse do governo, como, por exemplo, a o corte do passe estudantil e a segunda etapa da reforma administrativa.
Registre-se também que Lissauer tem ascendência junto a um grupo de deputados experientes que controla a Assembleia, como Humberto Aidar, Cláudio Meirelles, Henrique Arantes, Iso Moreira e Dr. Antônio – todos, aliás, declarados independentes (ou quase) em relação ao governo.
Por fim, há que se anotar que o presidente da Assembleia tem divergências profundas com o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, aliado de primeira hora de Caiado, o que pode ser um complicador neste quadro de instabilidades políticas para o governador.
Ou seja, é bom o governo ficar de olho e não se descuidar do calado e discreto Lissauer: ele é o pule de 10 na Assembleia.