O jornal O Hoje faz ampla reportagem sobre o quadro político-eleitoral de Anápolis e aponta que o pleito será polarizado entre a nova e velha política, representadas, respectivamente, pelo prefeito Roberto Naves e o ex Antônio Gomide. Veja o texto na íntegra:
A eleição municipal em Anápolis, em 2020, se não houver nenhum percalço no caminho, tende a polarizar entre o prefeito Roberto Naves (PTB) e o deputado estadual Antônio Gomide (PT), repetindo o pleito de 2016. No processo, Naves enfrentou o petista João Gomes, e saiu vitorioso no segundo turno, com 51,23% contra 48,77%. O confronto teria sido com Gomide, se este não tivesse renunciado ao mandato, em abril de 2014, para disputar o governo do Estado, ficando na quarta colocação. Por enquanto, os dois tergiversam quando indagados sobre o processo sucessório no terceiro maior colégio eleitoral do Estado, com 268 mil eleitores. Enquanto Naves justifica que tem como foco a administração, Gomide protela a decisão para fevereiro ou março do ano que vem. Para o petebista, sua atenção está voltada para a resolução das questões de atendimentos à população, de mais de 380 mil habitantes, em obras, programas e serviços, administrando um Produto Interno Bruto (PIB) de pouco mais de R$ 13 bilhões. A cidade tem hoje um importante polo industrial, com destaque para o ramo farmacêutico, que fica dentro do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA). “Reeleição será resultado do nosso trabalho”, diz Naves, pontuando que a decisão final tem de ser tomada a partir da sinalização da população ao trabalho desenvolvido na prefeitura. A partir desse aval, é que ele, juntamente com sua equipe, vai decidir se disputa novo mandato. Um dos elementos que levará em consideração é a sua disposição de enfrentar uma campanha desgastante e mais quatro anos no comando da saúde. Traduzindo, ele quer saber se vai estar bem de saúde para enfrentar uma nova jornada. Decidir disputar a reeleição, portanto, não é, para ele, algo automático. Depende de avaliações. Para tanto, terá que alinhavar uma composição política para fortalecer a sua eventual candidatura, cujo costura passo por partidos como o MBD do ex-deputado Daniel Vilela e o PP do exministro Alexandre Baldy. Considerando a aproximação político-administrativa com o governador Ronaldo Caiado (DEM), não será surpresa se os democratas da cidade vierem a apoiar Naves. O prefeito já se reuniu, por várias vezes, com o governador, que é filho da cidade. A boa relação institucional que mantém com Caiado é resultado, segundo ele, de uma visão política livre de amarras partidárias, para o bem do município. “Eu sou um político que procuro fazer política dessa forma e, por isso, consigoconversar com vários partidos”, disse ao O Hoje, salientando não ter dificuldade em reconhecer o que os demais partidos fizeram de bom para a cidade. Caso a disputa se dê entre Naves e Gomide, nada mais natural do que, durante a campanha, os dois pautarem a campanha comparando gestões, cada um defendendo seu legado e apontando falhas na administração um do outro. Roberto Naves, por exemplo, afirma que quando assumiu a prefeitura, em janeiro de 2016, herdou uma dívida de R$ 210 milhões. “Recebemos a prefeitura sem nenhum centavo em caixa e com a folha de janeiro para pagar”, afirma. No entanto, segundo ele, as maiores dificuldades ficaram para trás. As finanças já estão equilibradas, o funcionalismo recebendo em dia, e os benefícios chegando à população.
