Uma estudante de direito que ingressou na religião quimbanda denunciou o pai de santo e professor universitário Oli Santos da Costa por abusos sexuais, cujo caso teria semelhanças a João de Deus.
O terreiro de quimbada localizado no Setor Balneário Meia Ponte, em Goiânia, não era um ponto somente de congregação de fé, mas, supostamente, um antro de abusos sexuais.
A estudante, que ao lado de outras 17 mulheres esteve na terça-feira (25) na Delegacia da Mulher, denunciou que sofreu abusos desde que entrou no terreiro, na época atribuídos a um tratamento espiritual feito por uma entidade, o monge Rasputin, o próprio místico russo do século XIX.
A desconfiança começou, quando o pai de santo, segundo ela, saiu do personagem. “Ele fingia estar incorporado e dizia que para curar as meninas era preciso do tratamento. A entidade mandava que as mulheres tirassem a roupa”.
A denunciante revela que o pai de santo mudava a voz, bebia, alterava a personalidade para dar mais credibilidade ao seu Gregorio Yefimovich Rasputin, autoproclamado homem santo de grande influência política.
Conforme relatado, o professor universitário dizia que as meninas eram escolhidas para fazer um tratamento com essa entidade. “E elas [inclusive eu] acreditava. É um abuso mediante fraude, estelionato sexual. Com menores, inclusive”, denunciou.
Como as diligências chegaram à 2a Deam nesta quarta-feira, 26, a delegada Cássia Sertão diz que ainda está colhendo os depoimentos, pois são muitas mulheres. Apesar disso, ela afirma que as supostas vítimas têm contado as mesmas histórias. “Usava a entidade e fazia as vítimas crerem que teriam que fazer a prática sexual, inclusive menores”.
A delegada disse que o possui dois endereços em Goiânia. Para o mandado de prisão ainda são necessárias mais análises, explicou a delegada.