O número de desocupados em Goiás cresceu. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad Continua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em número absolutos, enquanto no terceiro trimestre de 2018 havia 326 mil pessoas desocupadas, em 2019 o número foi de 414 mil, um aumento de 88 mil pessoas.
A taxa de desocupação em Goiás foi estimada em 10,8% no terceiro trimestre de 2019, aumento de 0,3 ponto porcentual em relação ao segundo trimestre de 2019 (estava em 10,5%). Entretanto, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 1,9 ponto porcentual (estava em 8,9%), a maior variação entre todos os Estados.
Ronaldo dos Santos, de 18 anos, é um exemplo dessa realidade. “Já fiz três entrevistas e até agora não consegui nada”, conta o jovem. De acordo com ele, o maior problema tem sido a falta de qualificação. “Sempre exigem cursos ou experiência anterior. Porém, de uma maneira geral a situação está difícil para todo mundo”, ressalta Ronaldo.
*Informalidade*
Os goianos também estão fazendo mais bicos. A quantidade de pessoas de 14 anos ou mais de idade, desocupadas ou subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas no terceiro trimestre de 2019 (556 mil), comparada com o mesmo período do ano passado (466 mil), teve um crescimento de 19,3%. Porém, se comparada com o trimestre anterior (567 mil), houve uma diminuição de 1,9%.
A taxa de subutilização da força de trabalho foi de 17,9% no terceiro trimestre de 2019, o que representa 713 mil pessoas, recorde da série.
Os desalentados, pessoas que não trabalham e não procuram emprego, porém, têm interesse e disponibilidade, diminuíram. No terceiro trimestre de 2019, havia 74 mil pessoas nessa situação, 18 mila menos do que no segundo trimestre (93 mil pessoas) e 3 mil a menos do que no mesmo trimestre do ano anterior (77 mil pessoas).
Segundo Edson Roberto Vieira, superintendente do IBGE em Goiás, essa realidade está mais presente no interior do Estado. “Normalmente esses municípios dependem muito do repasse dado pelos governos federal e estadual. A diminuição na arrecadação pode ser um fator que influenciou essa realidade”, acredita.
*Goiânia*
A capital apresentou a menor taxa de desocupação do Pais (6,3%) enquanto a Região Metropolitana de Goiânia teve a segunda menor taxa de desocupação em todo o país (8,2%) no terceiro trimestre de 2019, ficando atrás da região metropolitana de Florianópolis (8,0%).
A população ocupada no Estado também aumentou, No terceiro trimestre deste ano ela foi estimada em 3.407 mil pessoas, um pouco acima do registrado no mesmo período do ano passado (3.324 mil pessoas). O nível de ocupação, ou seja, o porcentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, foi de 59,5% no terceiro trimestre de 2019. Aumento de 0,6% se comparado com o segundo trimestre e de 0,3% se comparado com o mesmo período do ano passado.
As únicas áreas que apresentaram aumento no número de ocupados foram o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que teve um aumento de 7,7% se comparado o terceiro trimestre deste ano com o do ano passado, e construção que teve um aumento de 13,7% se comparados os dois trimestres Vieira diz ainda que o cruzamento de todos esses dados mostra que tem mais pessoas procurando emprego no Estado. “Acontece que com a situação econômica do País e do Estado, as famílias estão com rendas menores e por isso mais pessoas estão tendo que trabalhar.
Ele comenta ainda que a procura por emprego tende a crescer nos últimos meses do ano, quando as pessoas ficam mais propensas a buscar vagas no mercado de trabalho.