O diretor de Infraestrutura da Enel Brasil, Guilherme Lencastre, disse a rádio Sagres 730 que a empresa precisa de mais tempo para solucionar o fornecimento de energia elétrica em Goiás e afirmou que a companhia trabalha constantemente para elevar a qualidade do serviço.
“A gente quer atender bem o nosso cliente, a gente quer melhorar essa situação e estamos fazendo as obras para que isso aconteça. Agora isso leva um certo tempo. A gente entrou em uma companhia praticamente há duas décadas com investimentos abaixo do necessário”, afirma. “Para se recuperar uma rede como essa, que tem 220 mil quilômetros, de extensão, só para dar uma visão do que é isso, dá para dar cinco voltas na Terra com essa rede. É uma situação muito grande”, argumenta.
Segundo Lencastre, nos dois primeiros anos de gestão da Enel em Goiás, foram aproximadamente R$ 1,6 bilhão, somando 2017 e 2018. O diretor afirma que, nos tempos da Celg, o investimento era de pouco mais de R$ 200 milhões em 12 meses.
“A regra que a Aneel colocou na época foi condizente com a condição da companhia naquele momento. A Aneel, assim como todos que conhecem um pouco o histórico da Celg, sabem que, à época, a falta de investimento na rede levou a uma situação de qualidade muito ruim. Não só qualidade, mas financeira. Uma série de condições teve que ser colocada na privatização para que houve interesse de algum investidor entrar. Os investidores e nós também sabíamos que não era possível resolver o problema de um dia para o outro, e foi esse o motivo principal pelo qual a agência colocou as condições que foram colocadas para a privatização”, afirma.
De acordo com reportagem do jornal O Popular, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou “descumprimento reiterado de limites regulatórios”, que são impostos pela Aneel a todas as distribuidoras. Em contrapartida, o levantamento mostra “sensível melhora” a partir de 2018, e que o desempenho da italiana está de acordo com o previsto em contrato.
“Em 2015, a duração das interrupções da Celg na época foram 43,5 horas por ano, em média, que um cliente ficava sem energia. Hoje nós estamos cumprindo e estamos com 23,7 [horas] em outubro. Para você ter uma ideia, o que diz o contrato é 30. A gente está muito melhor do que o que está no contrato”, afirma Lencastre. “A ideia do governo, na época, é que houvesse muita participação, e nós quando participamos também acreditávamos que haveria outros participantes. Mas nós fomos os únicos, e ganhamos. Por quê? Não sei, mas a gente estudou, entendeu como era a situação e estamos aqui cumprindo nosso compromisso”, completa.