Em isolamento social, em seu apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não parou de trabalhar. Embora tenha aparecido pouco nos últimos dias, o ministro está engendrado em medidas para mitigar os efeitos catastróficos anunciados pela crise que o novo coronavírus causará à economia do país.
Depois de desenhar uma medida provisória catastrófica, que permitia a suspensão dos salários por quatro meses sem nenhum amparo da União perante os trabalhadores, o ministro matutou uma alternativa temporária para garantir recursos para o respiro do contingente de 55 milhões de desempregados ou em condições de trabalho informal.
A medida envolve propor a redução temporária de 30% dos salários de funcionários públicos que recebam mais de 10 mil reais por três meses.
Com esses recursos, o governo espera ter à disposição mais de 130 bilhões de reais para distribuir às pessoas em condição de maior vulnerabilidade uma quantia entre 300 e 400 reais, em contrapartida à proposta da medida provisória — que, como adiantou o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, será reeditada com medidas de auxílio da União para estes trabalhadores.
O ministro levou a ideia ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que viu a proposta com bons olhos. Ele se comprometeu a trabalhar com o ministro e arrefecer o clima belicoso estimulado pelo presidente Jair Bolsonaro.