O Banco Mundial prevê uma retração de 5% na economia brasileiraem 2020. A previsão foi publicada neste domingo (12) no relatório “A economia nos tempos da Covid-19” que estuda a situação da América Latina e do Caribe na crise causada pela pandemia do coronavírus. Se confirmada, será a maior retração desde 1962.
Para a região como um todo, que inclui os países caribenhos, a expectativa do Banco Mundial é de uma retração de 4,6% em 2020. Todos os países, com exceção da República Dominicana e da Guiana, devem ter uma queda no PIB neste ano. Para 2021 e 2022, a expectativa é de dois crescimentos seguidos de 2,6%.
O relatório ressalta que a região será afetada por uma queda “dramática” na demanda de produtos, principalmente de commodities, da China e dos países do G7.
Ao mesmo tempo, a queda nos preços do petróleo também terão efeitos grandes em países exportadores do produto. O setor aéreo também deve sofrer bastante, com os cancelamentos em massa de voos.
O economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, Martin Rama, disse que a situação econômica na região já era difícil antes do choque do coronavírus, com instabilidades sociais em vários países no ano passado, como Chile e Bolívia. Além disso no início do ano os países enfrentaram queda dos preços do petróleo.
Por isso, Rama entende que o coronavírus traz uma “nova dimensão” para os problemas econômicas da região, com um fenômeno novo, um choque na oferta.
“Temos experiência com um choque financeiro e um choque de demanda, mas agora temos um choque de oferta, com muita gente não podendo trabalhar pela contenção da epidemia, teremos um problema de três frentes”, afirmou.
No relatório, o Banco Mundial defende que as perdas econômicas devem ser centralizadas nos governos, porque só eles podem servir como um “garantidor de última instância”.