O governador Ronaldo Caiado afirmou que o baixo número de casos se deve ao sucesso das medidas restritivas adotadas antes mesmo da contaminação se consolidar na região e a adesão da população às propostas de distanciamento social. Goiás é um dos Estados com maior taxa de isolamento constatada por monitoramento via dispositivos móveis.
A afirmação de Caiado, contudo, não corresponde à realidade: os testes feitos pela rede pública de saúde na capital são apenas em casos de internação por síndrome respiratória aguda grave (Srag). Todas as pessoas que apresentam sintomas leves e até mesmo as que tiveram contato com os pacientes infectados são monitoradas sem a realização de teste por um serviço de telemedicina disponibilizado pela SMS.
“Quando um caso é comprovado, é feito um trabalho de investigação para saber se tem algum sintomático (entre os contatos recentes da pessoa contaminada). Então é feito um monitoramento para ver se o quadro se agrava ou não”, explicou Yves Mauro Ternes, superintendente de Vigilância em Saúde da SMS.
Em apenas 7 dias, o número de novos casos alcançou dois dígitos, sendo que nos dias 14 e 18 de abril se registraram o maior volume desde que a Covid-19 foi confirmada no dia 12 de março na capital: respectivamente, 30 e 32 casos. Em 7 dos 41 dias não houve registro de nenhum novo caso.
O números divulgados agora podem representar um quadro de mais de uma semana atrás. Isso porque os resultados dos testes feitos pelo Laboratório Estadual de Saúde Pública de Goiás (Lacen-Goiás) têm demorado em média 7 dias. E um paciente costuma apresentar sintomas geralmente entre 3 e 5 dias após a infecção. Ou sejam o quadro que estamos vendo agora é um quadro de 12 dias atrás.