Os hospitais privados de Goiás atingiram nesta sexta-feira (19) lotação máxima nos leitos de UTI, segundo informou nota divulgada pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
A entidade afirma que também não há possibilidade de abertura de novos leitos. “Esse problema vem se repetindo nas últimas semanas e hoje chegamos ao limite. Antes, assim como na primeira onda, ainda conseguíamos transferir pacientes entre os hospitais associados, garantindo as internações necessárias. Mas, agora, o momento é crítico e não há vagas”, esclarece a nota.
Segundo a Ahpaceg, além de pacientes com Covid-19, a rede também trata pacientes com outros problemas de saúde, diferente do que aconteceu em 2020.
Leia a nota na íntegra:
Desde o início da pandemia de Covid-19, os associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) vêm atuando, sem medir esforços, para garantir o atendimento à população, tanto na assistência nos hospitais e demais instituições associadas quanto no apoio ao setor público com a doação e a oferta de equipamentos.
Toda a sociedade pôde acompanhar o trabalho da Ahpaceg nesta assistência aos goianos, inclusive por meio da divulgação diária, ao longo de sete meses, de nossa taxa de ocupação de leitos. Divulgação que continua sendo feita com o envio de informações às Secretarias de Saúde.
Nas últimas semanas, com a intensificação da chamada segunda onda da pandemia, temos enfrentado um cenário assustador e queremos compartilhar com a população e com os gestores públicos as dificuldades que nos rondam, pois entendemos e sempre defendemos que o combate à pandemia depende de esforços de todos.
Informamos que nesta sexta-feira, 19 de fevereiro, não há disponibilidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais associados da Ahpaceg. Esses leitos encontram-se ocupados ou bloqueados para pacientes graves já em atendimento nos hospitais, por isso, não podem ser abertos para novas internações.
Esse problema vem se repetindo nas últimas semanas e hoje chegamos ao limite. Antes, assim como na primeira onda, ainda conseguíamos transferir pacientes entre os hospitais associados, garantindo as internações necessárias. Mas, agora, o momento é crítico e não há vagas.
O aumento da oferta de vagas neste atual cenário é inviável.
Hoje, além da demanda dos pacientes com Covid-19, que aumentou significativamente nas últimas semanas, ainda recebemos outros pacientes, com outras enfermidades e que necessitam de assistência, o que não aconteceu em 2020, quando muitas pessoas deixaram de procurar os hospitais temendo a contaminação pelo coronavírus, negligenciando doenças e mesmo suspendendo tratamentos que dependiam deste atendimento hospitalar.
Os hospitais também encontram-se descapitalizados e sem condições financeiras para novos investimentos. Essa situação decorre de problemas, como o aumento dos custos assistenciais em 2020, quando nossos gastos com medicamentos, pessoal e Equipamentos de Proteção Individual, por exemplo, aumentaram expressivamente e não tivemos apoio dos Governos ou contrapartida das operadoras de planos de saúde.
Estamos lotados e com nossa saúde financeira comprometida.
A sugerida suspensão de cirurgias eletivas com o intuito de abrir novas vagas para internação vai apenas agravar a situação da rede hospitalar e deixar pacientes sem atendimento, o que pode comprometer a saúde dessas pessoas.
A simples abertura de novos leitos não é a saída.
Precisamos de esforços conjuntos.
A população e as autoridades precisam adotar medidas sérias para evitar a proliferação da doença.
A taxa de contaminação está aumentando em uma proporção superior à capacidade de atendimento.
A rede privada, representada pela Ahpaceg, chegou ao limite. Estamos fazendo tudo o que podemos, mas precisamos do apoio da sociedade, dos gestores, dos planos de saúde, do Ministério Público, enfim, de todos que querem o fim desta pandemia.