segunda-feira , 25 novembro 2024
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Advogada Aline Oliveira explica sobre possíveis motivos que levam vítimas de violência doméstica a se calarem

O tapa, a dor, a lágrima e o silêncio. Por que as vítimas de violência doméstica sofrem caladas? A advogada Aline Oliveira é estudiosa dos casos e a convite do Goiás24horas elaborou os principais motivos que calaram as vozes de milhares de brasileiras que sofrem alguma forma de abuso em casa. Veja:
“Os casos de Violência Doméstica crescem descontroladamente no país. Porém muitas mulheres não denunciam. Dentre os principais motivos estão:

A dependência do agressor
Geralmente as vítima tem família constituída com o agressor, vive em situação de desemprego, vulnerabilidade financeira, têm filhos menores e depende dele tanto financeiramente, quanto emocionalmente.

O medo de que não acreditem nelas
Vários casos de Violência Doméstica são de difícil comprovação, posto que as condutas praticadas pelos agressores acontecem em particular, como por exemplo os casos de violência Psicológica, Patrimonial, e principalmente a Sexual. Nesses casos, muitas vezes as declarações das vítimas serão as únicas provas. E a palavra da mulher é vista com desconfiança, tanto por parte das autoridades quanto pela sociedade.

A vergonha da violência sofrida
Acontece muito nos casos de Violência Sexual. As vítimas sentem vergonha em denunciar, pois têm medo de serem culpabilizadas e desonradas diante da sociedade, que muitas vezes é cruel com essas vítimas.

O medo da reação do agressor
O maior medo das vítimas é a vingança do agressor. De serem agredidas novamente, de serem mortas, de terem seus filhos violentados. Pois, sabemos que em muitos casos o agressor é preso, “no dia seguinte” paga fiança/consegue habeas corpus e é posto à sociedade novamente. E a vítima, mais uma vez, fica em situação de vulnerabilidade.
Brechas na lei
As Leis brasileiras deixam a desejar em vários aspectos. Muitas vezes estão mais preocupadas em garantir os direitos de liberdade do agressor do que em efetivamente proteger as vítimas.
É muito fácil para o agressor violentar uma mulher, ser preso hoje e estar “livre, leve e solto” amanhã.
Precisamos de leis mais severas, com penas maiores, que preveem perdas de direitos dos agressores, e que retirem suas “regalias”, para que pensem “duas vezes antes de encostar suas mãos agressivas em suas companheiras.”