Em diversos fóruns de discussão sobre as eleições da OAB em Goiás, advogados das mais variadas especialidades relatam temor de uma “partidarização” da entidade no estado no caso de vitória do candidato Rafael Lara. As críticas emergem também de diversas seccionais no interior do Estado.
Bolsonarista radical, Lara não esconde sua posição dura em defesa do presidente da República. É daqueles que defendem Jair Bolsonaro nas redes sociais e não se nega a ir para a rua em manifestações pró-presidente. O temor expressado em parte da advocacia é que essa “paixão” política possa contaminar a atuação de Lara, numa eventual vitória do candidato, que hoje aparece em segundo lugar nas pesquisas.
O exemplo negativo de partidarização da Ordem vem de cima e é rejeitada de forma absolutamente majoritária pelos advogados. O presidente nacional, Felipe Santa Cruz, transformou a entidade em palanque eleitoral e há o temor de que Lara possa fazer o mesmo em Goiás. A paixão política expressa pelos dois se equilibra no fanatismo e só se diferencia pelas posições trocadas – Santa Cruz é anti-bolsonaro.
No caso de Rafael Lara, temor é ampliado pela ligação que seu principal apoiador, o atual presidente Lúcio Flávio, já tem com a politica partidária. O irmão de Lúcio, Luis de Paiva, ocupa cargo de primeiro escalão no governo estadual.