A volta do voto impresso, contida em uma PEC (proposta de emenda à Constituição), foi rejeitado na comissão especial que analisa o tema na Câmara nesta quinta-feira (5). Trata-se de uma derrota para o presidente Jair Bolsonaro e seus afiliados políticos, que afirmam (sem provar) que há fraudes no sistema de urnas eletrônicas vigente.
A rejeição não impede, do ponto de vista técnico, que o projeto seja pautado no plenário. Mas faz com que as condições políticas fiquem ainda mais adversas. A autora do projeto é Bia Kicis (PSL-DF). O relator foi Filipe Barros (PSL-PR). Ambos são aliados fiéis de Jair Bolsonaro. O resultado da votação foi 23 contra a PEC e 11 a favor.
O presidente da comissão, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), escalou Junior Mano (PL-CE) para elaborar um novo relatório. Nesse tipo de situação o mais comum é que seja recomendado o arquivamento do texto. A votação desse novo relatório deverá ser nesta sexta-feira (6) às 18h.
“O que morre aqui é o texto do relator”, disse ao Poder360 o líder do PSL, Major Vitor Hugo (GO). Ele afirmou que os apoiadores do voto impresso vão pedir para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pautar o projeto em plenário mesmo com a rejeição no colegiado. Nesse caso, seria analisada a proposta inicial de Bia Kicis. Vitor Hugo também falou em aumentar a pressão por uma CPI para investigar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e para que o Senado vote uma PEC sobre o voto impresso.
Arthur Lira já chegou a dizer que a discussão na Câmara é “perda de tempo”. “Já existe uma PEC aprovada [pelos deputados] no Senado desde 2015 com relação a voto impresso e o Senado nunca se debruçou a analisar. Portanto, eu venho dizendo que o foco está errado”. “Tenho convicção que o presidente Arthur Lira, com o senso de responsabilidade que tem, não vai pautar”, declarou Orlando Silva (PC do B-SP). .