segunda-feira , 25 novembro 2024
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Voos nacionais podem ter 100% de ocupação e alta de preços no fim do ano

O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, disse nesta sexta-feira (20) aos integrantes da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados que espera a recuperação total da ocupação dos voos nacionais entre dezembro e janeiro – atualmente, o movimento equivale a 80% do verificado antes da pandemia. Mas o aumento da ocupação, segundo ele, deverá vir acompanhado de alta das passagens.

A audiência pública foi marcada para discutir uma possível compra da Latam pela Azul, porém as autoridades do governo afirmaram que as empresas ainda não sinalizaram nada neste sentido.

Glanzmann informou que a Latam tem afirmado publicamente que não está à venda, embora a Azul, de acordo com ele, diga que está interessada na compra. O representante da Agência Nacional de Aviação Civil, Sérgio Leitão, ressaltou que a Anac não precisa mais analisar fusões e aquisições de maneira prévia desde 2019, quando foi aprovada lei que liberou o uso de capital estrangeiro nessas situações.

O coordenador do Departamento de Estudos Econômicos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Ricardo de Castro, explicou que o órgão examina, de maneira prévia, os efeitos para a concorrência desse tipo de mudança, mas também afirmou que ainda não é o caso. Ele informou que Gol, Latam e Azul têm, cada uma, pouco mais de 30% do mercado brasileiro. E, que entre 1994 e 2017, o Cade analisou 99 mudanças societárias na aviação civil, aprovando 68% delas.

Tarifas
Sobre as tarifas, Ronei Glanzmann disse que os valores já estão bem maiores por causa da alta do dólar e dos combustíveis. Ele acrescentou que a demanda deve aumentar. “Como ninguém está podendo voar para fora, o turismo nacional está aquecido. Na alta temporada, isso potencializa. A família que ia para Miami, agora está indo para Maceió, Fortaleza, Jericoacoara. A gente deve ter, de fato, uma retomada de preços. Importante o passageiro ficar atento no seu processo de compra e antecipação de aquisição das suas viagens de alta temporada, principalmente”, disse.

O secretário explicou que a média das tarifas durante a pandemia chegou a R$ 350, o que seria um piso histórico. No entanto, o deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE), que solicitou a audiência, afirmou que está havendo um exagero agora nas cobranças.

“Hoje se encontra passagem Brasília-Fortaleza, só uma perna, a R$ 2 mil para viagens daqui a 15 dias. É um valor exorbitante para o cidadão comum, mais do que um salário mínimo. E dificilmente encontrará abaixo de R$ 1 mil”, citou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias