domingo , 24 novembro 2024
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Coleta seletiva em Anápolis gera renda para trabalhadores de cooperativas

Trocar uma vida de perseguição no então lixão, hoje aterro sanitário de Anápolis, pela tranquilidade de trabalhar em uma cooperativa de reciclagem. Esta é a realidade atual da presidente da Coopersólidos, Eliana Ferreira da Silva Cunha, e de mais 12 cooperados. Ela ainda se recorda da época em que os catadores foram retirados do local, o tempo em que se acidentavam ao correr atrás de caminhão e as doenças constantemente adquiridas.

Eliana Cunha se lembra das crianças, que eram levadas pelos pais e ficavam em meio ao lixo, ajudando nas buscas por materiais recicláveis, o sol quente e até mesmo cadáver sendo encontrado. “Era muito sofrido. Hoje temos dignidade. Todo lucro é dividido entre os cooperados”, ressalta. Moradora do bairro Santo Expedito, ela conta que criou os três filhos com a reciclagem. “Um trabalho digno e que, com a cooperativa, é muito organizado”, destaca.

Lucas de Oliveira Souza tem 18 anos e desde criança observava o avô, a mãe e o tio no trabalho de reciclagem. Há quatro meses ele trabalha na cooperativa, e reforça à população a importância da separação do lixo em casa. “Isto é bom para o meio ambiente e nos ajuda muito”, diz. O jovem destaca ainda que seu trabalho ajuda na renda familiar.

A cooperativa é uma importante política pública ambiental da Prefeitura de Anápolis por orientar e incentivar a população a promover a separação de tudo que pode ser reciclado, além de dar dignidade aos trabalhadores do setor, promover a geração de renda e o reaproveitamento de materiais descartados, dentre outros aspectos.

Coleta seletiva
Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano, Mauro Douglas Ribeiro, a importância da coleta seletiva é a redução dos impactos ambientais, pois a separação correta dos resíduos é também um dos pilares do consumo sustentável. Especificamente sobre a reciclagem, ele destaca que quando os materiais chegam às cooperativas, são separados minunciosamente para serem reaproveitados.

Mauro Douglas ressalta que todo este caminho tem uma grande importância, pois o lixo descartado incorretamente pode causar impactos socioambientais significativos. “Nas áreas urbanas, o lixo descartado pode se acumular em locais inadequados, resultando em focos de proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças; poluir rios e córregos; entrar na cadeia alimentar de espécies; materiais perigosos, como pilhas e baterias, por exemplo, poluem o solo, contaminam água e até mesmo o ar”, detalha.

Ele informa que a Secretaria de Meio Ambiente dispõe de seis caminhões que fazem a coleta dos recicláveis de porta em porta, em 152 bairros da cidade, e orienta o morador a acompanhar o calendário e horários. Desta forma é possível fazer a separação e destinar adequadamente o que pode ser reciclado. “Ao diminuir o descarte inadequado, reduzimos o lixo nas ruas, nas praças, nos parques, nas áreas de preservação, em córregos e rios, contribuímos para a preservação ambiental”, alerta.