O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Sandro Mabel, avaliou como expressivos os dados da Sondagem Industrial, divulgados nesta quinta-feira (23) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele, porém , alertou para o aumento das tarifas e a alta dos preços dos derivados do petróleo, que estão inibindo o consumo e implicam recuo no emprego e produção.
“A nossa percepção, agora confirmada pela pesquisa, é que a indústria está se recuperando no país e, em especial, em Goiás, mas é preciso conter a onda de aumento das tarifas e dos derivados do petróleo”, alertou. Ele acrescentou que o nível de confiança dos empreendedores é alto, embora o nível de estoque esteja abaixo do nível planejado pelas empresas e o aumento tarifário produza inibição dos investimentos.
A Sondagem Industrial de agosto aponta que a utilização da capacidade instalada da indústria se elevou no país, acima do registrado em anos anteriores, e o emprego também continua crescendo no setor. “Mas, isso pode não ser suficiente para o crescimento da economia”, advertiu Mabel.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) aumentou 1 ponto percentual, para 72%, entre julho e agosto de 2021. O percentual para o mês se iguala ao registrado no mesmo mês de 2014 e supera o registrado no mês de agosto dos anos seguintes.
“Num cenário de dificuldade para o empresário, em função da crise da pandemia e da alta das tarifas, mesmo assim a intenção de investir do empresário segue positiva”, analisou Sandro Mabel, citando o levantamento da CNI.
O índice de evolução do número de empregados ficou em 52,3 pontos, acima da linha divisória pelo quarto mês consecutivo, registrando trajetória de crescimento.
Após registrar 50 pontos em abril, o índice aumentou nos quatro meses seguintes, “mostrando que as contratações são cada vez maiores e disseminadas pela indústria”. Nos últimos 14 meses, o índice ficou acima dos 50 pontos em 13.
Os índices de expectativas dos empresários recuaram entre agosto e setembro, o que sinaliza as incertezas do mercado e o aumento dos tributos.
A pesquisa da CNI consultou 1.929 empresas de 1º a 15 de setembro. Do total, 779 são de pequeno porte, 671 de médio e 479 são grandes empresas.