“A tendência é que as restrições aumentem para o acesso de pessoas não vacinadas a locais que contenham público.” A declaração do secretário de Estado da Saúde (SES-GO), Ismael Alexandrino, dada em entrevista ao jornal A Redação na manhã desta sexta-feira (26/11), aponta para a possibilidade de restrições mais rígidas a serem adotadas contra quem se nega a tomar a ser imunizado contra a covid-19 em Goiás e no Brasil.
“A vacinação só faz sentido na coletividade. E não na individualidade. Então, os que não têm um olhar coletivo e, de forma egoísta, querem expor a sociedade, a tendência é que, para tais pessoas, haja restrição do convívio social”, afirma Ismael.
De acordo com o titular da SES-GO, é preciso priorizar o calendário completo da vacina. “De outra forma, estaremos correndo grandes riscos de recrudescer a doença. E isso seria trágico”, pondera. Outra medida que pode ser adotada é a exigência da imunização completa contra a covid-19 para entrar no Brasil.
O secretário, que também é vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), descreve que o assunto é debatido na entidade. “A discussão ainda está amadurecendo. Existe também a possiblidade de que nós do Conass provavelmente recomendemos ao Ministério da Saúde e à Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] a exigência da vacinação completa para entrar no Brasil.”
Vacinação e máscara
Ismael Alexandrino afirma ao AR que, apesar “da clareza de que estamos mais avançados na vacinação do que a maioria dos países”, há a preocupação com o surgimento de novas mutações do coronavírus no mundo, como a cepa identificada nos últimos dias na África do Sul, e com o avanço de casos diários de covid-19 em nações europeias. Outro fator ponderado pelo secretário ao analisar a situação do Brasil na pandemia é o não incentivo à retirada da máscara.
“Há um sentimento de necessidade de cobrança da segunda dose por convicção da eficácia e por entender que não podemos retroceder, nem mais fechar comércios e nem nada. E só o calendário completo da vacinação e o uso racional da máscara são capazes de conter a nova onda.”
Fim da obrigatoriedade
Sobre o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos, Ismael volta a ser taxativo: “Enquanto não tivermos pelo menos 70% de segundas doses aplicadas, isso não será recomendado. Mesmo porque a grande maioria das pessoas não tem discernimento quanto ao uso oportuno e correto”.