Fato
• Um major da Polícia Militar de Goiás (PMGO) foi torturado e quase morto por colegas durante um curso de Operações Especiais (Bope) em outubro de 2021.
• O Portal Metrópoles, em reportagem do jornalista Thalys Alcântara, revelou nesta segunda-feira (13) informações divulgadas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e pela Corregedoria da PMGO em investigação que estava em segredo de justiça.
As agressões
• De acordo com as investigações, o major (nome ainda não revelado) foi torturado com varadas, pedaços de madeira e açoites de corda durante três dias seguidos no 12º Curso de Operações Especiais do Bope, na Base Aérea de Anápolis. A tortura aconteceu durante um evento do curso batizado de “Momento Pedagógico”, que, segundo o MP, não tinha nada de pedagógico.
• O major foi torturado de forma brutal, desmaiando e entrando em coma, precisando ser intubado e permanecer por vários dias na UTI. Para piorar a situação, os policiais esconderam o caso da família do major e tentaram fingir que ele estava internado com Covid-19 e 40% do pulmão comprometido.
Covid-19 forjada
• “Certos de que o estado de saúde do ofendido havia atingido níveis críticos e que, por certo, ele não se recuperaria, preferiram aguardar até o seu esperado falecimento, quando poderiam entregar o seu corpo em um caixão lacrado à família, alegando a contaminação pela Covid e impedindo que os fatos viessem à tona e fossem investigados”, escreveu o Ministério Público na denúncia, assinada por três diferentes promotores como medida de segurança.
• O major foi transferido para o Hospital Santa Mônica, na cidade de Aparecida de Goiânia, onde foi assistido pelo médico que supervisionava o curso do Bope, o coronel David de Araújo Almeida Filho. Tudo isso foi feito sem informar a família do oficial ferido.
• No mês passado, o Ministério Público ofereceu denúncia contra sete policiais militares pelos crimes de tortura e tentativa de homicídio. A denúncia ainda não foi acatada pelo Judiciário.