• Barganha?
O lançamento do programa Goiás Social, que deveria atender a população em situação de vulnerabilidade, escancarou a velha prática eleitoreira: usar o sofrimento alheio como palanque político. Cartazes com os nomes de Ronaldo Caiado, já se lançando à Presidência da República, e de Gracinha Caiado, como candidata ao Senado, circularam livremente durante o evento financiado com dinheiro público.
O que era para ser uma política pública virou um showmício moderno, mas com ranço do tempo das “botinas em troca dos votos”, e promessas sociais como “isca” para o curral eleitoral.
• Outra vez abuso. Não aprende
A legislação eleitoral é clara: usar programas sociais e recursos públicos para promoção pessoal é crime. Segundo o artigo 73 da Lei nº 9.504/97, é proibido ceder ou usar bens públicos, ou a própria estrutura administrativa, para favorecer candidaturas.
Caiado e Gracinha infringiram diretamente essa norma, cometendo abuso de poder político e econômico — que pode resultar em multas, cassação de mandato e inelegibilidade. Usar a fome do povo como moeda de troca é mais que antiético: é criminoso.
Caiado não aprende em matéria de abuso, porque tem “influência”, se é que me entendem!
• Vergonha
O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás não pode fingir que não viu. Já livrou Caiado de uma inelegibilidade recente, mesmo após reconhecer conduta vedada. Agora, diante de novo escândalo, a omissão seria cumplicidade.
O TRE-GO tem a obrigação de agir com independência e punir exemplarmente o uso indevido de programas sociais.
O povo não pode ser reduzido a estatística eleitoral de quem governa com olhos na próxima eleição.
Cristiano Silva
Editor