• Perdão de araque
Em entrevista recente à GloboNews, Ronaldo Caiado declarou que, se for eleito presidente da República, concederá anistia a Jair Bolsonaro e aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Sim, ele mesmo — o governador que, durante a pandemia, posou de antídoto contra os bolsonaristas, agora se apresenta como o grande pacificador nacional. Como se a caneta presidencial servisse para apagar passado, ofensas e escândalos com um singelo “está perdoado, mito”.
• Memória curta?
Para quem não lembra — e Caiado conta com isso — foi ele quem abriu as portas do Palácio das Esmeraldas para o Fantástico entrevistar Henrique Mandetta, Ministro da Saúde que desafio o ex-presidente em troca de mídia, justamente para sabotar a imagem de Bolsonaro durante a pandemia.
Ofereceu palco, iluminação e roteiro à Globo, tudo em nome do combate à Covid (e à destruição da imagem de Bolsonaro, é claro).
Após os atos de 8 de janeiro, Caiado foi um dos primeiros a oferecer as celas de Goiás para abrigar os manifestantes presos
Caiado foi chamado de “covarde” pelo ex-presidente em rede nacional, virou inimigo declarado durante as eleições municipais de 2024, e ainda teve que engolir a frase: “Desconheço o caiadismo. Bolsonarismo é no Brasil todo. Caiadismo é só em Goiás”.
• Amor comprado
Mas Caiado é insistente. Agora tenta vestir o figurino que rasgou anos atrás. Usa a GloboNews — a mesma “Globolixo” que os bolsonaristas xingam com tanto amor — como vitrine para vender sua conversão de última hora.
Tudo muito bem cronometrado com a generosa verba publicitária que a Globo tem recebido do Governo de Goiás. Que coincidência, não? Enquanto isso, o “caiadismo” segue com 2% nas pesquisas e tenta desesperadamente agarrar o bolsonarismo pelos cabelos. Mas não se iludam: não é sobre Bolsonaro, nem sobre o Brasil. É sobre Caiado — sempre foi.
Cristiano Silva
Editor