terça-feira , 17 junho 2025
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É impossível promover sem contratar: Goiás caminha para o colapso na Polícia Militar

• Promoção sem reposição?

O Governo de Goiás criou uma lei que pretende promover, de forma acelerada, 3.300 policiais militares, incluindo oficiais da Casa Militar — muitos deles apadrinhados políticos que atuam dentro do Palácio das Esmeraldas, alguns com apenas sete anos de serviço.

A pergunta que qualquer cidadão, empresário ou gestor responsável faria é: como se promove sem substituir?

No mundo real, na vida privada, se você tira um funcionário de sua função para promovê-lo a gerente, é necessário contratar alguém para o lugar dele, ou a empresa para.

O que o governo parece ignorar é esse raciocínio básico: quem sobe, deixa uma lacuna. E quem ocupa essa lacuna?

• Colapso anunciado

O efetivo da Polícia Militar de Goiás já vive no limite. De acordo com dados oficiais do próprio governo, Goiás tem hoje 11.841 policiais, segundo o SICAD.

Contudo, desse total, 931 estão destacados em colégios militares, fora das ruas. Sobram 10.910. E o problema se agrava: desses, cerca de 500 policiais já estão aposentados ou falecidos, mas ainda constam no sistema como ativos.

O número real é assustador: 10.410 policiais militares para todo o estado de Goiás, o que representa uma média de 1,6 policial para cada mil habitantes — muito abaixo do mínimo recomendado.

Se o governo promove 3.300 sem reposição, retira diretamente da linha de frente. Quem fica nas ruas? Quem garante a segurança da população?

• Muita estrela para pouca tropa

A consequência desse modelo improvisado e politizado é o colapso funcional da Polícia Militar de Goiás. O estado corre o sério risco de se transformar numa corporação inflada de oficiais, de estrelas e insígnias, mas sem soldados suficientes para fazer o serviço básico nas ruas, nos bairros e nas comunidades.

Vai ser oficial querendo mandar em oficial, um dando ordem para o outro, e ninguém para executar. Pergunta que fica para o governador Ronaldo Caiado:

O senhor pretende convocar imediatamente os 3.300 aprovados no concurso da PM para ocupar as vagas que serão abertas com essas promoções? Ou vamos criar um exército hierárquico, sem efetivo, onde, literalmente, “é pouco céu para muita estrela”?

Porque promoção sem reposição, governador, não existe. Nem na iniciativa privada, nem na segurança pública.

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