Em entrevista de uma página ao jornal Valor Econômico, o economista José Eli da Veiga, professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), chama o deputado federal Ronaldo Caiado de “especulador fundiário”.
Eli diz que a busca do presidenciável Eduardo Campos pelo apoio do agronegócio não passa pelos grandes proprietários rurais: “Tem desde anjo até bicho-papão e tudo usa o rótulo de agronegócio. Se você pegar os que são colocados como os principais representantes do agronegócio, nenhum é do agronegócio”, acrescenta, lembrando que o agronegócio é um setor dinâmico da economia que inclui até a indústria farmacêutica e a de cosméticos (ele cita a Natura) e que isso não tem nada a ver com a criação extensiva de gado – que, segundo do economista, é o ramo de Ronaldo Caiado.
“O deputado Ronaldo Caiado, é médico, mas é basicamente um especulador fundiário. Esse pessoal que tem gado no centro-oeste não é nem agricultor. O que é a agricultura no Sul do país comparada com o que é um fazendeiro de gado no Centro-oeste? São coisas completamente diferentes”, aponta.
O economista faz referência ao debate pela aprovação do novo Código Florestal, no Congresso Nacional, em que um dos polos foi exatamente Caiado: “Essa briga toda que teve em torno do novo Código Florestal não era tanto para saber o que vai acontecer daqui para frente. É que eles queriam que nós, como sociedade, aceitássemos e convalidássemos que eles destruíram as áreas de preservação permanente e puseram capim, que é a coisa mais absurda, contra qualquer regra agronômica”.
E conclui: “O fato é que destruíram áreas de preservação permanente [APPs] adoidado e quiseram, com o Código Florestal, legitimar isso. A briga foi essa”.