Ao justificar a decisão de instalar duas fábricas em Pernambuco, uma de salgadinhos e outra de motos e triciclos, o empresário Vanderlan Cardoso disse textualmente que “encontrei aqui (em Pernambuco) muita segurança e uma quantidade de políticos comprometidos com o desenvolvimento e o profissionalismo de sua gente”.
Como empresário, a declaração de Vanderlan (confira no site http://certam.com.br/noticias.php?id=9681 ) é absolutamente normal. Mas como político, ainda mais com a pretensão de governar Goiás, a frase soa muito mal. Afinal, dá para entender que ele preferiu investir em Pernambuco porque encontrou lá as condições que não existiriam, por exemplo, em Goiás, não só o seu Estado natal, mas o Estado que ele sonha representar como… governador.
A fábrica de motos e triciclos de Vanderlan em Caruaru, no Pernambuco, em sociedade com empresários chineses, é na verdade uma montadora de veículos. Assim como são montadoras de veículos a Mitsubishi, a Suzuki e a Hyundai, empresas aliás muito maiores que a Lifan, que está associada com o milionário de Senador Canedo na empreitada pernambucana. A “segurança” que Vanderlan não viu em Goiás e enxergou em Pernambuco é a mesma “segurança” que essas grandes multinacionais vislumbraram em terras goianas, fazendo aqui os seus investimentos, a propósito, muito maiores que a fábrica de motos e triciclos de Caruaru.
Segundo Vanderlan, em Pernambuco há “uma quantidade de políticos comprometidos com o desenvolvimento e o profissionalismo de sua gente” e por isso ele levou o seu dinheiro para lá. Mas, para a Mitsubishi, a Suzuki e a Hyundai, apenas para ficar no ramo de montadoras de veículos, em Goiás também deve existir essa “quantidade de políticos comprometidos com o desenvolvimento e o profissionalismo de sua gente”, senão, é óbvio, não viriam para cá.
Goiás serve para a Mitsubishi, a Suzuki e a Hyundai, mas não serve para Vanderlan e seus sócios chineses.