O prefeito de Aparecida, Maguito Vilela, do PMDB, surpreende o mundo nesta segunda-feira com um artigo no caderno de opinião do Diário da Manhã, no qual condena nada mais nada menos que… o carnaval.
Em uma abordagem pseudoreligiosa radical, Maguito começa dizendo que “carnaval é época do sexo desvairado, do uso incontrolável do álcool, de outras drogas e alucinógenos perturbadores que geram o desequilíbrio e o desvario mental”. Ele acrescenta que o único de combater esse “mal” é o recolhimento, isto é, cada um deve voluntariamente se afastar do carnaval para mergulhar em “preces e orações”.
O prefeito condena até as musas que pontificam nos desfiles carnavalescos, pelo Brasil afora. “A sensualidade exuberante e bela qual uma deusa intocável da rua, fantasiada de nada e encastelada no trono enganoso da orgia, adentra à mente humana imantando-a de energias negativas que impedem a construção de um ambiente espiritual salutar e harmonioso. Não é tarefa fácil desvencilhar-se desta muito bem urdida e atraente armadilha da ‘luminosidade’ das trevas. O melhor caminho é cultivar a vigilância e recolher-se ao recurso da prece construtiva e silenciosa”, fulmina.
Escrito em tom gongórico, o texto, é óbvio, foi produzido por algum assessor de Maguito, que não tem nem nunca teve qualquer intimidade com as letras. O problema é a abordagem moralista e detraquê, mais compatível com um Donald Trump da vida e totalmente incomum em políticos brasileiros, a não ser no caso de evangélicos do pé rachado. Mas ele, Maguito, assinou e está lá, no Diário da Manhã desta segunda.