Texto publicado no site GBrasil (clique aqui para acessar)
Um dos generais mais sanguinários da história da Europa, Napoleão Bonaparte dizia que lutava pela paz. Mas que não abria mão de impor os termos dos acordos de paz. É assim que o leitor deve interpretar o discurso “concliliador” do senador Ronaldo Caiado (DEM). Ele quer a união da oposição, desde que o candidato a governador do bloco em 2018 seja… ele.
Nota publicada na coluna Radar, da revista Veja, nesta terça-feira diz que ao menos nos próximos meses, “não devemos ver um verborrágico Caiado”. O motivo vem logo abaixo: “De olho no governo de Goiás em 2018, o senador adotou um discurso mais conciliador, tudo para unir a oposição em torno da sua candidatura. Não quer ficar isolado”.
Isolamento é, aliás, a palavra que assombra o senador neste começo de ano e que possivelmente definirá a sua trajetória na luta pelo cargo de governador. A pré-campanha mal começou e ele já praticamente perdeu dois partidos que tinham interesse em apoiá-lo. O PHS está próximo de fechar com o vice-governador José Eliton (PSDB) e o PRTB, com Daniel Vilela (PMDB).
O abismo entre Caiado e Daniel também está cada vez mais profundo, a ponto de PMDB e PSDB ensaiarem um acordo para o segundo turno com vistas a – olha a palavra aparecendo mais uma vez – isolar o senador do DEM. Assim sendo, não há mais quem acredite verdadeiramente na possibilidade de a oposição marchar unida em Goiás. Nem no primeiro turno e nem no segundo.
Se não conseguir ampliar o seu leque de alianças, Caiado correrá o sério risco de desidratar até outubro – apesar de hoje estar à frente nas pesquisas. Primeiro, porque terá pouquíssimo tempo no rateio da propaganda eleitoral de rádio e televisão. Segundo, porque não terá palanque e aliados no interior. O seu DEM tem somente sete prefeitos em Goiás e corre o risco de perder parte deles para os partidos governistas. Exemplo disso é João do Léo, de Pirenópolis, cada vez mais alinhado ao Palácio das Esmeraldas.
