quinta-feira , 28 novembro 2024
Goiás

Na nova TBC, Aldo Rebelo critica interferência do Judiciário na política

A edição especial do programa Roda de Entrevista, da nova TV Brasil Central, recebeu nesta sexta-feira o ex-presidente da Câmara e hoje pré-candidato à Presidência da República, Aldo Rebelo (Solidariedade), que alertou para excessiva interferência de parte do poder Judiciário na política brasileira. 

“O que me preocupa é ver agentes encarregados da Justiça tentarem pressionar o Congresso, mudar posições soberanas, militar a favor de um ou outro candidato nas redes sociais. Isso é inaceitável. Isso não é papel instituições e de representantes de instituição. Degrada a missão constitucional que cada um tem”, disse Aldo, que veio a Goiânia encontrar-se com empresários na Federação das Indústrias do Estado (Fieg).

O presidenciável considera exagerada, entretanto, a afirmação recente do jornal britânico The Guardian de que o Brasil caminha para uma espécie de governo de toga. “Eu não acredito em governo de toga no Brasil. Uma instituição muito mais forte, representativa, que são as Forças Armadas, não conseguiu substituir a política. Como instituições juvenis como Ministério Público e Polícia Federal poderiam? O que precisa ficar disso tudo é que o Judiciário tem que ser protegido no seu papel de combate à corrupção”, disse Aldo. 

Chamou atenção dos entrevistadores – o apresentador Enzo de Lisita, o cientista político Luiz Signates e o jornalista Henrique Morgantini – o fato de Aldo ter evitado comentar o caso específico da prisão do ex-presidente Lula, apesar de questionado três vezes. Sobre o PSDB, no entanto, a análise foi clara: “Após 2014, o senso comum indicava que a eleição de 2018 estava encaminhada. Bastava Aécio administrar o ativo dele. Em vez de se preparem para 2018, trataram de mudar o que aconteceu em 2014, e essa foi a grande tragédia. A rejeição que se criou em torno do senador Aécio Neves, por causa das denúncias, não alcançou só a figura dele, mas o patrimônio do partido”. 

ALIANÇAS
O ex-presidente da Câmara defende a união de forças nacionais na eleição deste ano em nome da retomada do desenvolvimento. A tese dele é a de que esta grande coalizão deve abarcar não só os partidos de esquerda, mas grupos de centro, empresários e trabalhadores – nos moldes do que, na avaliação dele, fez o ex-presidente Lula ao trazer José Alencar (já falecido) para sua chapa e se aproximar da classe empresarial. 

“Quando chegar a hora de a onça beber água, acho que tem que haver uma coalizão. Uma aliança ampla, não só de esquerda. Precisamos de uma amplia de centro, esquerda, trabalhadores, empresários, intelectuais, para construir agenda para o Brasil. Esperar que a mudança comece a partir de uma ampla renovação no Congresso é besteira. Não vai haver uma grande renovaçÃo de deputados e senadores”, afirma Aldo.  

O pré-candidato à Presidência da República começou a carreira como líder de movimento estudantil filiado ao PCdoB. Testemunhou a repressão dos militares. Recentemente filiou-se ao PSB, mas deixou o partido “por entender que o combate à corrupção é uma pauta importante, mas de forma alguma pode ser o debate central do País”. No Solidariedade, Aldo afirma que encontrou respaldo para discutir teses com viés nacionalista, que norteiam a sua atuação política. 

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