O senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) parece ainda não ter se dado conta de que não é mais um político de oposição. Desde que venceu as eleições no primeiro turno, em 7 de outubro, a bola do governo, na prática, é dele e está com ele.
A Caiado não resta outra alternativa a não ser se sentar de uma vez por todas à mesa de governador e dizer para a população de Goiás o que vai fazer pelo Estado em seus quatro anos de mandato. O novo governador tem dizer que investimentos vai fazer, quais despesas vai cortar, como vai tratar o funcionalismo público, como serão os serviços de saúde, educação e segurança a serem prestados para a população.
Na semana que passou, o governador eleito subiu de novo no palanque. Fato inédito entre os chefes de Executivo eleitos, disse, na cara dura, que não tem compromisso com a folha salarial de dezembro. Ontem, em nota sobre a situação fiscal do Estado, voltou a insistir na irresponsabilidade do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e falou em até em concordata.
Alguém tem de dizer para Caiado que o Estado de Goiás não é uma de suas fazendas, que recurso público não é pasto e servidor público não é boi. O governador eleito tem que descer do palanque e assumir a gestão. Se sabia que não dava conta de governar, por que se candidatou?
Ou Caiado governa ou estaremos diante do maior estelionato eleitoral da história de Goiás.