A Polícia Militar de Goiás vive tempos de segregação, disputa e revanchismo desde que o governador Ronaldo Caiado (DEM) assumiu a gestão, há 38 dias. O secretário forasteiro, Rodney Miranda, não conseguiu – e segundo relatos internos não conseguirá – conquistar a tropa e evitar a profunda disputa interna aberta pela ascensão dos caiadistas aos postos de comando.
O G24Horas ouviu os mesmos relatos de diversos integrantes da corporação. Rodney não tem feito frente à ação dos caiadistas contra a ala da PM considerada marconista ou ligada ao ex-governador José Eliton. O fato do dia foi a destituição do comandante da Academia de Polícia, a unidade de formação de novos praças e oficiais, Karison Sobrinho. Ele foi subchefe da Casa Militar de Eliton.
O revanchismo desestimula a tropa e já atrapalha o trabalho de combate e prevenção à violência, como se pode ver a partir dos indicadores criminais, que voltaram a crescer. A perseguição política, que segregou os oficiais considerados anti-caiadistas, é agravada pela profunda insatisfação provocada pelo calote nos salários de dezembro pelo governador.
A falta de comando criou outras disputas internas que estão fora de controle, como o embate entre a ala jovem e a ala veterana de praças e oficiais. Elas estão em intensa disputa pelo comando das diferentes unidades, valendo-se da crise provocada pela campanha dos caiadistas contra os marconistas. Uma guerra que se intensifica e que penaliza a população.
