O governador esperneou, deu murros na mesa e fez ameaças de retaliação, mas de nada adiantou: a Assembleia Legislativa aprovará inexoravelmente nos próximos dias o projeto do deputado oposicionista Talles Barreto (PSDB), que retorna o patamar do Orçamento Impositivo para 1,2% da receita líquida do estado.
O sinal de que o projeto será aprovado, mesmo a contragosto do Palácio das Esmeraldas, foi dado com a adoção do voto secreto na apreciação da matéria, que já foi decidida pelo presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB), e informada na coluna Giro (O Popular) deste domingo (27).
Na prática, será a segunda grande derrota de Caiado na Assembleia. A primeira foi a vitória acachapante de Lissauer na disputa pelo comando da Assembleia.
Mais do que uma derrota imposta pela oposição, a aprovação do Orçamento Impositivo de 1,2% é uma resposta dura da maioria dos deputados governistas ao tratamento a eles dispensado por Caiado.
O gatilho da instalação da crise da Assembleia com o governofoi a má vontade da primeira-dama Gracinha Caiado, a quem as indicações dos deputados para os cargos comissionados foram subordinadas.
Gracinha tem vetado nome e protelado as nomeações, manifestado contrariedade com os pedidos de cargos dos parlamentares, que ele classifica como prática deprimente da “velha política”.