A edição desta semana do Jornal Opção analisa em profundidade o posicionamento político de oposição do ex-deputado federal Daniel Vilela (MDB) ao governador Ronaldo Caiado (DEM).
O jornal afirma que, na dianteira das preferências para assumir o comando nacional emedebista, Daniel se destaca por suas críticas responsáveis, mas duras e contudentes contra a gestão caiadista.
“Se é mais corrosivo, ainda assim, Daniel Vilela não faz uma crítica destemperada. Pelo contrário, é responsável. Em termos estritamente políticos, trata-se de um jovem agregador”, afirma o Opção. “Perdeu a eleição, ficando em segundo lugar, na frente do ex-governador José Eliton — que chefiava uma máquina poderosa —, mas continua firme e talvez deva ser considerado, ao lado de Baldy e Vanderlan Cardoso, como a voz mais credenciada das oposições. Em 2022, deve disputar o governo ou mandato de senador”, diz o jornal.
Lei o trecho completo do editorial deste domingo do Opção que analisa o trabalho político de Daniel:
“Daniel Vilela, até porque perdeu para Ronaldo Caiado, faz uma crítica mais contundente e frontal ao governador. Mas não se trata de uma crítica irresponsável, e nem o ex-deputado federal planeja prejudicar o governo, Goiás e os goianos. Suas críticas são mais no sentido de que o governador precisa se concentrar mais no presente — os interesses imediatos dos goianos — e não deve refugiar-se no passado, concentrando ataques aos gestores anteriores.
O emedebista parte do princípio de que governos investem a fundo perdido e, independentemente de corrupção — que às vezes há —, deixam dívidas. Tais dívidas devem ser pagas ou renegociadas, mas Estados, se querem investir — e não têm capacidade de investimentos em larga medida dada a folha gigantesca do funcionalismo público (em Goiás absorve 76% de toda a arrecadação) —, precisam obter novos financiamentos. Porque as demandas públicas, num país (e Estados) ainda por construir, são frequentes.
Se é mais corrosivo, ainda assim, Daniel Vilela não faz uma crítica destemperada. Pelo contrário, é responsável. Em termos estritamente políticos, trata-se de um jovem agregador. Perdeu a eleição, ficando em segundo lugar, na frente do ex-governador José Eliton — que chefiava uma máquina poderosa —, mas continua firme e talvez deva ser considerado, ao lado de Baldy e Vanderlan Cardoso, como a voz mais credenciada das oposições. Em 2022, deve disputar o governo ou mandato de senador.
Desde já, trabalha para formatar uma frente política, mas não torce pelo fracasso do governo de Ronaldo Caiado. Porque sabe que o fracasso do governador equivale à ruína de Goiás. Quem receber um Estado destroçado em 2022 terá dificuldade de governar. Entretanto, pelos corajosos ajustes que está fazendo, enfrentando inclusive a ira dos setores corporativos — que certamente aumentará com a aprovação da reforma administrativa, que vai acabar com alguns privilégios —, Ronaldo Caiado certamente entregará (se não for reeleito) uma máquina pública em melhores condições.
Há até a possibilidade de Daniel Vilela se tornar presidente nacional do MDB. Sinal de que grandeza política não tem a ver apenas com vitórias eleitorais.”