Para se eleger governador, Ronaldo Caiado (DEM) não mediu esforços para conquistar apoios políticos, entre o quais os mais expressivos foram as alianças com o dissidentes do MDB e com o ex-senador Wilder Morais.
Passadas as eleições, vencido o pleito e iniciado o governo, Caiado desprezou um a um todos os apoiadores que tiveram importância na campanha, dando a entender que todos foram oportunistas e que ele, Caiado, ganharia a eleição de qualquer maneira, sobretudo em razão da sua história de vida e do desempenho político como líder ruralista, deputado federal e senador.
E, com a ajuda da primeira-dama Gracinha, foi descartando um a um com chutes no traseiro: seja desprezando José Nelto, Adib Elias, Paulo do Vale, Ronaldo Castro, Fausto Mariano, não permitindo que indicassem aliados para cargos estaduais, seja tornando subalternos e sem qualquer protagonismo no governo quadros como José Essado, Ernesto Roller e Wilder Morais.
Formou-se, então, o Bloco dos Pés na Bunda, que em 2020 viverá um grande dilema: mesmo desmerecidos e humilhados – em alguns casos o governador prestigiou adversários, como Lissauer Vieira em Rio Verde, desafeto de Paulo do Vale -, será que chamarão Caiado para dividir com eles palanque nas eleições municipais ou darão o troco, o que é mais provável, correndo dele devido à queda de popularidade e ao desgaste da gestão no Estado?
Um coisa, porém, é certa: as relações políticas entre Caiado e o Bloco Pé na Bunda se deterioram bastante e nunca mais serão as mesmas.