Além da diminuição do valor cobrado, o governo estadual já havia eliminado a obrigatoriedade de vistoria em quatro situações, além do cancelamento da cobrança de taxa para veículos financiados. Segundo Ronaldo Caiado, essas medidas somadas levam a uma economia total de R$ 81 milhões por ano aos contribuintes. “A economia direta no bolso dos goianos que precisam do Detran já está chegando a 81 milhões. Isso é gestão séria”, comemora o governador.
Os cortes no Detran, todavia, não revelam um governo em situação fiscal saudável, com algum poder de investimento e em condição de fazer qualquer concessão à população. A situação do governo de Goiás é exatamente oposta. O governador Ronaldo Caiado, em seus discursos, lamenta o endividamento herdado, a escassez de recursos e a impossibilidade de se fazer investimentos.
Caiado fia-se em ajuda do governo federal para edição de Medida Provisória liberando parte dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para, entre muitas urgências, recuperar cinco mil quilômetros de rodovias esburacadas. Vale ressaltar, se forem repassados, os recursos do FCO terão de ser quitados posteriormente (com juros e correção) pelo contribuinte.
Em solenidade recente, aliados de Ronaldo Caiado cobraram unidade aos auxiliares do atual governo. Talvez seja necessário, porém, que o próprio governador reveja seus atos e caminhe em uma única direção.
Afinal, qual sentido há no governador se abalar até Brasília quase que diariamente em busca de socorro financeiro e, ao mesmo tempo, comemorar no Twitter a redução de taxas que enfraquecem ainda mais o já combalido caixa do Estado?