Sete meses após assumir o mandato e quase um ano da vitória nas eleições no primeiro turno, o governador Ronaldo Caiado (DEM) segue perdido à frente da gestão, sem nenhum resultado para entregar ou mostrar.
Diversos fatores explicam a paralisia da gestão, mas um deles, muito mais profundo, pernicioso e abrangente, permeia os demais e explica a maior parte do fiasco administrativo de Caiado: o ódio contra o ex-governador Marconi Perillo.
E ele se manifesta em diversas situações. Uma das mais maléficas para a gestão é a obsessão em encontrar algo que possa ser usado contra Marconi, supostos “fatos” que podem ser divulgados via imprensa.
Para atingir esse objetivo, Caiado mandou seus secretários auditarem “todos os contratos” do governo. A ordem é passar um pente finíssimo em tudo, uma, duas, três vezes, quantas vezes forem necessários.
Essa tarefa têm ocupado os secretários, que deveriam, em vez disso, estar produzindo. “Caiado mandou auditar até a água que sai das torneiras do governo”, diz um servidor da Controladoria-Geral do Estado (CGE), na condição de ter seu nome preservado.
Ele pondera que, diante de uma ordem assim, não há isenção possível. “Diante da ordem do chefe para encontrar alguma coisa, o resultado é previsível: ou encontra ou inventa”, diz o auditor. “Afinal, quem quer encontrar, procura e acha.”